1. Este fim de semana, o clássico Sporting-FC Porto marca a jornada e pode também marcar o campeonato. Cada uma das equipas quer ganhar por motivos diferentes, mas o que está em jogo é mais do que um aparente confronto entre as duas equipas. O Sporting tem mais a perder (porque se perder, de facto, arrastar-se-á na tabela) do que o FC Porto, que conta com uma confortável margem de manobra. Mas seria excelente que os dois grandes clubes dessem uma lição de civilidade e o jogo não fosse precedido de patetices de nenhum dos lados.
Por isso o presidente do Sporting fez bem em vir desdramatizar o «não-episódio João Moutinho», que ele próprio criou no calor do Verão, quando o Sporting ainda tinha um longo caminho a percorrer. Ao fazê-lo reparou um deslize, mas reconheceu o erro, que já lá vai. Quanto ao jogo, que seja bom.
2. A UEFA instaurou um processo a José Mourinho e a quatro jogadores do Real Madrid «por se terem feito expulsar» no jogo da Champions com o Ajax. Juridicamente, não tem ponta por onde se lhe pegue; «moralmente», a UEFA tem um imbróglio às portas. Qual o critério que prevalecerá? Se é o jurídico, mais vale não começar; se é o «ético», é bom que a UEFA pense em justificar a opção. A ideia de processar também os jogadores do Real (e logo quatro, para mostrar que está atenta) é, de resto, uma cortina de fumo – porque o objectivo é castigar José Mourinho para fazer saber que os gerontes da confederação não toleram espertezas aos mais rebeldes. O que seria de nós sem eles, os moralizadores da UEFA?
3. Na magnífica vitória do Sporting de Braga, na terça-feira, o segundo golo de Matheus é uma pequena obra de arte – torcendo a defesa do Arsenal, deslizando, recuando e rematando à antiga portuguesa. Nenhum dos golos do bravo Hapoel de Telavive se lhe pode comparar. Desculpem, mas não resisti.
in A Bola - 28 Novembro 2010Etiquetas: A Bola