novembro 02, 2010

Blog # 729

Hoje, neste dia, devíamos lembrar os mortos – recordar os nossos mortos, os que nos fazem falta, os que partiram antes, os que nos fizeram ser de uma maneira ou de outra, os que deixaram uma marca ou os que, e isso não é pouco, pertenceram à nossa vida. O tempo presente tem medo dos que partem e esquece-os com bastante frequência; no domínio público, ou transforma a morte em espetáculo (uma vingança que mal se apercebe, produto do ressentimento) ou numa cerimónia envergonhada. Parar um instante para recordar a lista de ausências devia ser um gesto ritual, parte dos nossos dias e da nossa fragilidade. O amor insolente pela juventude e o desprezo pelos anciãos são aspetos da vida de hoje, em que esquecemos a dignidade da morte, o sofrimento e a sabedoria mais antiga.

***

A Guimarães (Babel) iniciou a série das obras completas de Maria Helena da Rocha Pereira com ‘Romana’, uma antologia de textos latinos imprescindíveis. M.H. Rocha Pereira merece esse trabalho e a nossa homenagem de leitores.

***

FRASES

"Na novíssima religião só se admitem teodiceias económicas." No blogue O Jansenista

"Tão grave é a situação que até nos envergonhamos de falar nela." Luís Marques Mendes, ontem, no CM.

Etiquetas: