Isto vai uma linda república
No mesmo dia em que a Federação de História e Estatística do Futebol classifica o FC Porto em 12.° lugar no seu ranking mundial de clubes, apareceram na internet as transcrições das escutas telefónicas a J.N. Pinto da Costa. Belo serviço — mas não à justiça desportiva nem à seriedade dos processos judiciais. Já se sabe que é ilegal, já se sabe que essa publicação fere gravemente as instituições da justiça e põe em causa a idoneidade e a fiabilidade do aparelho judiciário. Mas é uma festa. Os coscuvilheiros do regime aplaudem, sobretudo porque essa publicação (de que nenhum órgão de comunicação social é culpado, segundo parece) aumenta a sensação de que o segredo de justiça e as regras processuais são terreno minado. E, já agora, provam que no futebol a lei da selva tem mais eficácia do que a sensatez. Que lhes faça bom proveito. Espero, simplesmente, que o inquérito que o procurador-geral da República vai abrir seja eficaz e indique o nome do prevaricador. E se pertencer «ao meio», tanto melhor. Isto vai uma linda república.
2. Não estou, de resto, para desviar as atenções do essencial, e o essencial é o seguinte: é inadmissível que o FC Porto tenha de assistir a 30 grandes penalidades antes de saber se segue em frente na Taça. Mérito para o Belenenses, evidentemente — e demérito para a classe de abéculas profissionais que transformaram o futebol do FC Porto numa anedota para os adversários rirem a espaços. Grande parte dos dançarinos do grupo de tango e milongas do FC Porto deviam, nesta altura, estar em risco de serem corridos do balneário (e, já agora, para serem substituídos por jogadores de futebol). Mas não: Jesualdo garante que o FC Porto foi melhor, esteve melhor e mereceu ganhar. Não duvido. Do que eu duvido é deste futebol onde quase tudo falha, dos passes aos penaltis. E um futebol assim até pode triunfar. Mas à rasquinha, à rasquinha. E não me venham com estatísticas.
in A Bola - 23 Janeiro 2010
2. Não estou, de resto, para desviar as atenções do essencial, e o essencial é o seguinte: é inadmissível que o FC Porto tenha de assistir a 30 grandes penalidades antes de saber se segue em frente na Taça. Mérito para o Belenenses, evidentemente — e demérito para a classe de abéculas profissionais que transformaram o futebol do FC Porto numa anedota para os adversários rirem a espaços. Grande parte dos dançarinos do grupo de tango e milongas do FC Porto deviam, nesta altura, estar em risco de serem corridos do balneário (e, já agora, para serem substituídos por jogadores de futebol). Mas não: Jesualdo garante que o FC Porto foi melhor, esteve melhor e mereceu ganhar. Não duvido. Do que eu duvido é deste futebol onde quase tudo falha, dos passes aos penaltis. E um futebol assim até pode triunfar. Mas à rasquinha, à rasquinha. E não me venham com estatísticas.
in A Bola - 23 Janeiro 2010
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