Cesário Bonito
1. Conta-se que Cesário Bonito (que, como presidente, marcou a vida do FC Porto em três períodos diferentes, de 1945 a 1948, de 1955 a 1957 e de 1965 a 1967) foi irradiado pela Federação Portuguesa de Futebol por ter protestado contra o adiamento de um jogo no Estádio das Antas. Um jogador da equipa adversária ficou retido em Madrid (o nevoeiro impediu o avião de chegar a horas) e as autoridades adiaram o encontro. Não foi o caso mais grave de anti-portismo no historial da FPF. Cesário Bonito não se calou, o caso acabou por ser falado no estrangeiro e a FPF voltou atrás, contrariada.
Um amigo recordou-me esta sanção a Cesário Bonito a propósito do «caso do túnel» do Estádio da Luz – e fez bem. O amontoado (que, de qualquer modo, podia enumerar-se) de incidentes estranhos que marcam a avaliação deste caso desperta suspeitas não apenas de desorientação mas, também, de parcialidade e desrespeito pelo próprio sentido de justiça. Os organismos disciplinares querem ser bravos e dar um exemplo; como de costume, empertigando-se mais do que permite o peito, tudo vai terminar numa trapalhada. Por agora, já estão envolvidos o árbitro Lucílio Baptista, bem como as SAD do Benfica e do FC Porto (é um método interessante, o de misturar tudo), além de uma lista de jogadores que os bravíssimos disciplinadores acham que não devem ser conhecidos. E que nem se lhes deve mencionar as fantásticas provas que possuem, atarrachadas pelo segredo e pela imaculada honra da justiça desportiva. Brava gente que, mais tarde ou mais cedo, há-de recuar sem vergonha. Mascararam mal o seu recuo com o imbróglio em que transformaram o «Apito Dourado»; castigaram Lisandro (por simulação) com dureza exemplar, para mascarar outras simulações nunca analisadas; foram céleres quando lhes convinha, e lentos quando a máscara não tapava a asneira. É puro génio. Cesário Bonito conheceu-os.
2. O caso da semana veio de Angola. Com a voz de Manuel José, irritado com os seus jogadores – que conseguiram transformar a vitória por 4-0 no mais estranho dos empates por 4-4. Nem o FC Porto.
in A Bola - 16 Janeiro 2010
Um amigo recordou-me esta sanção a Cesário Bonito a propósito do «caso do túnel» do Estádio da Luz – e fez bem. O amontoado (que, de qualquer modo, podia enumerar-se) de incidentes estranhos que marcam a avaliação deste caso desperta suspeitas não apenas de desorientação mas, também, de parcialidade e desrespeito pelo próprio sentido de justiça. Os organismos disciplinares querem ser bravos e dar um exemplo; como de costume, empertigando-se mais do que permite o peito, tudo vai terminar numa trapalhada. Por agora, já estão envolvidos o árbitro Lucílio Baptista, bem como as SAD do Benfica e do FC Porto (é um método interessante, o de misturar tudo), além de uma lista de jogadores que os bravíssimos disciplinadores acham que não devem ser conhecidos. E que nem se lhes deve mencionar as fantásticas provas que possuem, atarrachadas pelo segredo e pela imaculada honra da justiça desportiva. Brava gente que, mais tarde ou mais cedo, há-de recuar sem vergonha. Mascararam mal o seu recuo com o imbróglio em que transformaram o «Apito Dourado»; castigaram Lisandro (por simulação) com dureza exemplar, para mascarar outras simulações nunca analisadas; foram céleres quando lhes convinha, e lentos quando a máscara não tapava a asneira. É puro génio. Cesário Bonito conheceu-os.
2. O caso da semana veio de Angola. Com a voz de Manuel José, irritado com os seus jogadores – que conseguiram transformar a vitória por 4-0 no mais estranho dos empates por 4-4. Nem o FC Porto.
in A Bola - 16 Janeiro 2010
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