janeiro 19, 2010

Blog # 527

Nos anos sessenta e setenta, o casamento era uma “instituição terminal” – estava para morrer. Fazia parte, aliás, de uma série de símbolos da “civilização burguesa” que era preciso banir. Era o famigerado “papel” que o Estado e a Igreja usavam para legitimar as relações amorosas e familiares, e para controlar as suas demografias e censos. Os casamentos de Sto. António foram interrompidos em 1974, aliás, a par da crise das marchas de Lisboa – ambos regressaram depois da revolução como eventos populares da capital. Não estou para interpretar o pensamento do santo católico em relação à problemática dos casamentos gay. Mas a impressão que guardo dessa recusa do casamento durante os anos sessenta e setenta permanece: é um vulgar papel que hoje tem, sobretudo, valor fiscal.

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O regresso da religião ao debate contemporâneo merece um enquadramento: é o que se faz em ‘A Grande Separação. Religião, Política e o Ocidente Moderno’, de Mark Lilla (Gradiva). Nem todos, infelizmente, são como nós. Ocidentais.

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FRASES

"Eu gosto muito das tradições, especialmente daquelas que inventamos todos os dias." António Figueira, no blogue Albergue Espanhol.

"Não sou uma mulher realizada a cem por cento, sou apenas 98 por cento." Liliana Aguiar, apresentadora de TV. Ontem, no CM.

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