janeiro 20, 2010

Blog # 528

É uma das poucas escolhas sobre a qual não tenho muitas dúvidas – “o filme da minha vida” é ‘Amarcord’, de Federico Fellini, que nasceu faz hoje cem anos. É o filme onde se reúnem quase todos os sonhos do cinema de Fellini, todas as recordações, todos os passados, a poeira de Verão, a neve que não interrompe a vida, a morte que chega como um sobressalto, o riso que invade tudo (tal como a música de Nino Rota), a brutalidade e a malandragem. A história, que decorre durante o fascismo italiano, desfaz-se mal queremos contá-la com princípio, meio e fim. Exatamente como a vida inteira: sem ordem determinada, sem demasiada moralidade, sem excessiva perturbação. Nos momentos mais felizes, a nossa vida também se parece com o argumento de ‘Amarcord’: leve, cómico, melancólico.

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Passou. Passou e não devia ter passado: a Oficina do Livro reeditou ‘Elegia para um Caixão Vazio’, de Baptista-Bastos, um dos seus grandes livros – um grande romance que dá gosto reler. Agora espero ‘O Cavalo a Tinta da China’.

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FRASES

"A direita segue a esquerda na economia e a Igreja nos costumes. A direita não existe." Henrique Raposo, no blogue Clube das Repúblicas Mortas.

"Ninguém quer sustentar um Governo com os dias contados; e ninguém quer precipitar eleições." Constança Cunha e Sá, ontem, no CM.

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