maio 22, 2009

Blog # 358

É menos do que banal dizer-se que a morte de João Bénard da Costa é “uma grande perda para a cultura portuguesa”. Basta ler os jornais de hoje, recordar as televisões de ontem. João Bénard atravessou o século apaixonado pelo cinema. Mas não só: escreveu sobre o país, a liberdade, a arte (belíssimas páginas), o tempo que passa. Tudo isso não tem apenas a ver com a cultura; tem a ver connosco e com o que há-de restar de nós depois de tudo morrer. E, ainda assim, a sua voz, a sua sensibilidade, o seu humor, a sua escrita perduram. Em circunstâncias destas não devíamos, apenas, mostrar-nos gratos – devíamos, também, agradecer mesmo. Às vezes, as palavras não chegam. É necessário olhar mais longe, para essa sombra que toca as coisas essenciais, como um silêncio sem fim.

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A Divina Miséria” é o título da novela que marca o regresso de João de Melo à ficção (Dom Quixote) e ao universo do seu grande livro, “O Meu Mundo não É deste Reino”. Tem páginas de primeira grandeza e sai para as livrarias em Junho.

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FRASES

"Uma das consequências da revolução sexual foi o aumento da facturação das agências de viagens." Lourenço A. Cordeiro, no blogue Complexidade e Contradição.

"A intimidade, os afectos e a sexualidade não são competências do Estado." Diogo Feio, ontem no CM.

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