maio 14, 2009

Blog # 352

Sidney Bechet, um dos grandes do jazz, morreu há 50 anos. Woody Allen, que toca clarinete, recorda-o várias vezes nos seus filmes e Philip Larkin, um dos grandes poetas do século XX, escreveu-lhe uma ode. Saxofonista e clarinetista, Bechet – com esse nome afrancesado teria de ser – nasceu em New Orleans e reinventou a angústia no jazz, ainda que tenha tocado com Louis Armstrong. Sartre, Beauvoir, Vian e tantos outros adoravam-no na Europa; Herman Hesse fez dele personagem de romance. O seu clarinete ou o sax soprano que empunhava num palco cheio de fumo e de escuridão (a luz incomodava-o) tornavam-se então instrumentos de um Deus generoso e inventivo – ele tocava e compunha sobre a passagem do tempo. Ao ouvir os seus acordes é o génio que ouvimos. Ouçamo-lo hoje.

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Acaba de sair o Volume X da edição crítica da Obra de Fernando Pessoa (Imprensa Nacional): ‘Sensacionismo e Outros Ismos’, com edição de Jerónimo Pizarro, um dos nossos melhores investigadores pessoanos (e colombiano, já agora).

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FRASES

"A Esquerda é a virtude; a Direita é a dúvida." Henrique Raposo, no blogue Clube das Repúblicas Mortas.

"A valorização urbanística sobretudo ao nível das acessibilidades e estacionamento..." Presidente da Associação Comercial de Guimarães, sobre a capital europeia da cultura, ontem no CM.

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