maio 04, 2009

Blog # 344

Ontem assinalaram-se os 540 anos sobre o nascimento de Nicolau Maquiavel (está aí uma excelente tradução de ‘O Príncipe’, de Diogo Pires Aurélio que, coincidência, é assessor do Presidente da República). Mal lida e muito comentada sem ser lida, a obra de Maquiavel ensina (ao contrário do que Rousseau, um patife com imaginação, deixou escrito) que a natureza humana é perversa e que dela podemos às vezes esperar o pior. Aprende-se com Maquiavel, sobretudo, que as utopias são belos retratos do futuro que geralmente resultam em tiranias ou em maus governos – precisamente porque não têm em conta a verdadeira natureza humana e preferem perder-se na contemplação do seu próprio espectáculo de bondade fingida. Nada mais actual, nada mais cruel. Maquiavel está na ordem do dia.

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Agora, que a América voltou à ribalta, convém ler ‘Walden ou a Vida nos Bosques’, de Henry-David Thoreau (Antígona), um dos fundadores do pensamento liberal e libertário: não são apenas os bosques, é a própria alma. Fundamental.

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FRASES

"A gripe transmite-se. Há muito que só transmitimos porcarias uns aos outros. Qual é a admiração?" João Gonçalves, no blogue Portugal dos Pequeninos.

"É gente de circo. Porque eles não percebem que os problemas não se resolvem com espectáculo." Medina Carreira, ontem, no CM.

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