O regresso à bola
Tenho andado com a cabeça ocupada a fazer e a refazer o plantel do FC Porto para a próxima época, tendo em conta que há lesões caídas do céu e que há jogadores cujo talento desaparece no relvado sem que ninguém dê conta. Não vale a pena construir grandes metáforas nesse aspecto – não sei como estão as coisas em matéria de liderança, mas sei que o plantel tem de alterar-se, salvo erro.
Há treinadores que melhoram jogadores, evidentemente (e Jesualdo Ferreira é um deles, desde que não se chamem Tomás Costa, Guarín ou Mariano, por exemplo, e deus sabe como todos nos enganamos); mas os clubes também deviam entrar neste campeonato, servindo-se “do mercado” com parcimónia. O FC Porto fê-lo com notoriedade, valorizando a bolsa e a bolsa da SAD, mas a abundância alimenta distracções mais do que juízo. Sabem do que estou a falar.
Se, por hipótese (vejam a modéstia), o FC Porto não se classificar para a Champions, pode dizer-se que está aí uma oportunidade de ouro (ou várias), uma pérola que não convém desperdiçar. Explico porque são várias: em primeiro lugar, porque só deve merecer jogar no FC Porto quem for «um jogador do FC Porto», ou seja, se for capaz de assumir a tradição e os valores do clube, que não é apenas uma plataforma para saltar «para a Europa»; em segundo lugar, porque certa míngua de recursos financeiros serve para introduzir algum juízo na gestão do plantel, sem mencionar que a necessidade aguça o engenho – juízo e engenho, coisas que de que o FC Porto está precisado; em terceiro lugar porque, o clube não pode continuar a rodar fora de casa, eternamente, jogadores que fazem falta lá dentro e que não perdem em comparação com o clube de tango actual. Isto, para ficarmos por aqui.
Pode dizer-se que se trata de um regresso à bola, propriamente dita, aproveitando para deixar as contas limpas e em ordem. Está na altura de encerrar um ciclo e de iniciar um novo, esperando que o hiato seja curto (um Verão bastaria). É dos manuais da especialidade: não se joga bom futebol sem bons jogadores.
in A Bola - 20 março 2010
Há treinadores que melhoram jogadores, evidentemente (e Jesualdo Ferreira é um deles, desde que não se chamem Tomás Costa, Guarín ou Mariano, por exemplo, e deus sabe como todos nos enganamos); mas os clubes também deviam entrar neste campeonato, servindo-se “do mercado” com parcimónia. O FC Porto fê-lo com notoriedade, valorizando a bolsa e a bolsa da SAD, mas a abundância alimenta distracções mais do que juízo. Sabem do que estou a falar.
Se, por hipótese (vejam a modéstia), o FC Porto não se classificar para a Champions, pode dizer-se que está aí uma oportunidade de ouro (ou várias), uma pérola que não convém desperdiçar. Explico porque são várias: em primeiro lugar, porque só deve merecer jogar no FC Porto quem for «um jogador do FC Porto», ou seja, se for capaz de assumir a tradição e os valores do clube, que não é apenas uma plataforma para saltar «para a Europa»; em segundo lugar, porque certa míngua de recursos financeiros serve para introduzir algum juízo na gestão do plantel, sem mencionar que a necessidade aguça o engenho – juízo e engenho, coisas que de que o FC Porto está precisado; em terceiro lugar porque, o clube não pode continuar a rodar fora de casa, eternamente, jogadores que fazem falta lá dentro e que não perdem em comparação com o clube de tango actual. Isto, para ficarmos por aqui.
Pode dizer-se que se trata de um regresso à bola, propriamente dita, aproveitando para deixar as contas limpas e em ordem. Está na altura de encerrar um ciclo e de iniciar um novo, esperando que o hiato seja curto (um Verão bastaria). É dos manuais da especialidade: não se joga bom futebol sem bons jogadores.
in A Bola - 20 março 2010
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