março 22, 2010

Blog # 569

Akira Kurosawa, que morreu em Setembro de 1998, completaria amanhã 100 anos. É um centenário importante, o de Kurosawa – um dos mais importantes cineastas do século XX e um extraordinário poeta da tela. Além do cinema, Kurosawa teve uma paixão marcante para toda a sua vida (e obra): a pintura. Por isso ‘Ran, Os Senhores da Guerra’ é Shakespeare (‘Rei Lear’) elevado a um grau de beleza insuportável, tal como já o tinham sido ‘Dersu Uzala’ (‘A Águia da Estepe’) e ‘A Sombra do Guerreiro’. Uma tal beleza teria consequências dramáticas, acho eu: deprimido e cansado tentou suicidar-se várias vezes. Kurosawa tratou temas como a honra, a lealdade, a coragem, a culpa e a relação do homem com a natureza – e mostra como o cinema pode também ser um relâmpago no céu do entardecer.

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Livro absolutamente urgente: ‘Livros e Cigarros’, de George Orwell (Antígona). Um conjunto de reflexões sobre bibliofilia, livrarias, liberdade. A atualidade é medonha; assusta a forma como os combates de Orwell são os de hoje.

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FRASES

"O primeiro-ministro não quer cumprir o mandato e quer provocar um incidente." Francisco Louçã, ontem, no CM.

"Falar ou não falar acaba por ser toda uma arte partidária." José Medeiros Ferreira, no blogue Bicho Carpinteiro.

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