Os tablóides ingleses no Palace
1. É evidente que os "tablóides" ingleses são grosseiros. Em matéria de futebol são tudo o que tenho criticado nesta coluna patrióticos e excêntricos. As suas primeiras páginas, em épocas de Mundial e de Europeu de futebol são a prova de que podem ser maravilhosos na euforia e trapaceiros quando é necessário abater o adversário. Desta vez, parece que se excederam - mas é material para consumo interno, para euforia doméstica, para desempregados do espírito. Coisa miserável, como de costume. Aprendam.
2. Elegância absoluta de Sven-Goran Eriksson a propósito do Portugal-Inglaterra de amanhã "Digam o que disserem, nunca sentirei que sou eu contra o Scolari. Nunca conseguirão pôr isso na minha cabeça. É a Inglaterra contra Portugal." Duas equipas em campo, exactamente. Mas Eriksson alerta, como Scolari, contra os perigos do bom futebol: "A Costa do Marfim, o Gana, a Holanda e a Espanha jogaram muito bem. Onde estão agora? Em casa." Portanto, significará isso que a Inglaterra jogará ainda pior do que tem jogado até agora?
3. A FIFA tomou uma curiosa decisão no caso dos "auto-golos", a propósito do caso Argentina-México, quando Jared Borgetti marcou na sua própria baliza, numa luta com Hernan Crespo. Quem marcou? Crespo ou Borgetti? Crespo, diz a FIFA, porque Borgetti não tinha intenção de marcar - e Crespo sim. Quando a FIFA toma uma decisão devemos, em primeiro lugar, estar contra, naturalmente; mas desta vez não parece a FIFA a falar. A "intenção de marcar" vai fazer lei e, pelo menos nas estatísticas, vai deixar de humilhar as defesas azaradas.
4. O Vidago Palace Hotel é um dos melhores hotéis que conheço pelos seus bosques, pela espécie de floresta fantástica que o rodeia (e que na minha adolescência era mais densa e maior), pelo edifício belíssimo. Há uns dias, havia uns hóspedes espanhóis que aguardavam o dia em que, sem saberem, seriam eliminados pela França; agora, umas famílias inglesas passam pela sala da televisão e interrogam-se mutuamente sobre o que acontecerá no sábado. Até nisso o Palace é de bom presságio: não tem tablóides à venda.
in "Topo Norte", Jornal de Notícias - 30 Junho 2006
2. Elegância absoluta de Sven-Goran Eriksson a propósito do Portugal-Inglaterra de amanhã "Digam o que disserem, nunca sentirei que sou eu contra o Scolari. Nunca conseguirão pôr isso na minha cabeça. É a Inglaterra contra Portugal." Duas equipas em campo, exactamente. Mas Eriksson alerta, como Scolari, contra os perigos do bom futebol: "A Costa do Marfim, o Gana, a Holanda e a Espanha jogaram muito bem. Onde estão agora? Em casa." Portanto, significará isso que a Inglaterra jogará ainda pior do que tem jogado até agora?
3. A FIFA tomou uma curiosa decisão no caso dos "auto-golos", a propósito do caso Argentina-México, quando Jared Borgetti marcou na sua própria baliza, numa luta com Hernan Crespo. Quem marcou? Crespo ou Borgetti? Crespo, diz a FIFA, porque Borgetti não tinha intenção de marcar - e Crespo sim. Quando a FIFA toma uma decisão devemos, em primeiro lugar, estar contra, naturalmente; mas desta vez não parece a FIFA a falar. A "intenção de marcar" vai fazer lei e, pelo menos nas estatísticas, vai deixar de humilhar as defesas azaradas.
4. O Vidago Palace Hotel é um dos melhores hotéis que conheço pelos seus bosques, pela espécie de floresta fantástica que o rodeia (e que na minha adolescência era mais densa e maior), pelo edifício belíssimo. Há uns dias, havia uns hóspedes espanhóis que aguardavam o dia em que, sem saberem, seriam eliminados pela França; agora, umas famílias inglesas passam pela sala da televisão e interrogam-se mutuamente sobre o que acontecerá no sábado. Até nisso o Palace é de bom presságio: não tem tablóides à venda.
in "Topo Norte", Jornal de Notícias - 30 Junho 2006
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