O que é o futebol?
O que é o futebol? Um jogo. Uma metáfora da vida. Tudo isso que é normal dizer-se — mais aquilo que ele significa para cada um, em circunstâncias muito diferentes. Não vale a pena fazer moral a propósito do futebol, nem do jogo, nem das circunstâncias. Mas é necessário dizer que é exigível um mínimo de decência na vida e nas coisas que nos prendem a ela. Por exemplo: devia ser impossível apedrejar o autocarro de uma equipa adversária. Benfica e FC Porto já viram os seus autocarros apedrejados; o facto não tem a ver com o futebol mas com os índices de criminalidade – e com a polícia. Seria extremamente perigoso (ia a escrever “absurdo”, mas não basta) que qualquer um dos clubes envolvidos desculpabilizasse as hordas de energúmenos que, de um lado e do outro, apedrejam, insultam, impedem que uma família normal e tranquila possa ir ao futebol.
É preciso, por isso, explicar-lhes (devagar, se possível) que o futebol é um jogo de guerreiros – mas que a guerra se vive exclusivamente dentro das quatro linhas do relvado. E que, fora do estádio, só a ironia devia ser permitida como arma de arremesso. Isso devia ser castigo suficiente.
Assistir a conferências de imprensa graves e taciturnas, ou graves e agressivas, onde se alimenta a guerra fora dos estádios, é uma das coisas mais penosas que rodeia o jogo. Essa gente não pode levar-se a sério e nós não podemos levá-los a sério. O clima irrespirável que se vive nas relações entre Benfica e FC Porto tem de terminar, e os seus atiçadores relegados para a bancada do ridículo. E é isto.
Mas, para completar o ridículo, gostava de chamar a atenção para a absolvição de Carlos Queiroz pelo Tribunal Arbitral de Desporto, que suponho que torna inválida as decisões arbitrárias e patetas de comissões, organismos e juristas de segunda categoria. Como escrevi aqui, se a questão era afastar Queiroz, que o fizessem; mas que armassem um processo de perseguição ao técnico, foi uma infâmia. E têm de pagar por isso.
in A Bola - 26 Março 2011
É preciso, por isso, explicar-lhes (devagar, se possível) que o futebol é um jogo de guerreiros – mas que a guerra se vive exclusivamente dentro das quatro linhas do relvado. E que, fora do estádio, só a ironia devia ser permitida como arma de arremesso. Isso devia ser castigo suficiente.
Assistir a conferências de imprensa graves e taciturnas, ou graves e agressivas, onde se alimenta a guerra fora dos estádios, é uma das coisas mais penosas que rodeia o jogo. Essa gente não pode levar-se a sério e nós não podemos levá-los a sério. O clima irrespirável que se vive nas relações entre Benfica e FC Porto tem de terminar, e os seus atiçadores relegados para a bancada do ridículo. E é isto.
Mas, para completar o ridículo, gostava de chamar a atenção para a absolvição de Carlos Queiroz pelo Tribunal Arbitral de Desporto, que suponho que torna inválida as decisões arbitrárias e patetas de comissões, organismos e juristas de segunda categoria. Como escrevi aqui, se a questão era afastar Queiroz, que o fizessem; mas que armassem um processo de perseguição ao técnico, foi uma infâmia. E têm de pagar por isso.
in A Bola - 26 Março 2011
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