março 21, 2011

Blog # 826

O outrora sociólogo e agora ministro Santos Silva declarou que quem não acompanha o governo, ou o que ele pretende, está a “desertar”. A frase é letal, mas não houve grande reação. Infelizmente, há sempre quem faça melhor e, juntamente com a acusação de “desertar”, veio depois a do anti-patriotismo – quem está com o governo é patriota; quem está contra é, praticamente, um traidor. Ao longo da nossa história estas acusações têm sido repetidas por tiranetes desesperados, coronéis de segunda, pataratas – e, no século passado, por imbecis e salazaristas. Que isto se repita hoje é grave. Mas que, ao longo desta semana, nenhum político tenha reagido com veemência a acusação tão apalermada, dá uma ideia de como toda a gente anda a fazer contas de cabeça, cheia de medinho.

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É entre 1 e 3 de abril, no Funchal, o Festival Literário da Madeira, organizado pela Booktailors e pela Nova Delphi. Vão estar, entre outros, Afonso Cruz, Eduardo Pitta, Inês Pedrosa, Mário Zambujal, Rui Zink ou Valter Hugo Mãe.

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FRASES

"Estamos a assistir à tentativa de consagrar uma mentalidade delinquente na gestão do poder." Eduardo Dâmaso, ontem, no CM.

"Uma das grandes novidades do discurso de Paulo Portas foi a ausência do blazer." Rodrigo Moita de Deus, no blogue 31 da Armada.

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