dezembro 22, 2010

Blog # 763

Reabilitemos a biografia. É uma grande arte que, durante muito tempo, atemorizava editores e provocava a repulsa dos académicos; ao contrário do que diziam estes últimos, a biografia aproxima-nos dos autores e é provável que esclareça melhor as suas obras, que não podem isolar-se do seu tempo e dos seus criadores. Ontem, a APE atribuiu o seu prémio de literatura biográfica ao livro ‘Eça de Queiroz – Uma Biografia’, de A. Campos Matos (Afrontamento). Eça continua a suscitar o interesse de leitores e historiadores; a sua figura não nos explica, porque o talento de Eça é corrosivo demais para ser um representante do nosso génio; mas identifica a sua grande capacidade criadora, a matriz de uma exceção no final do século XIX. Campos Matos vê reconhecida a paixão de uma vida.

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Saiu uma reedição da bela tradução portuguesa de ‘All the Pretty Horses’, ‘Belos Cavalos’, por Paulo Faria (Relógio d’Água). É o primeiro volume da chamada ‘trilogia da fronteira’, de Cormac MacCarthy. Livro para ler e reler.

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FRASES

"Estamos numa fase de fingimento e incapacidade." Ângelo Correia, ontem, no CM.

"[Pôncio Monteiro] era um fanático – e eu no futebol só respeito os fanáticos." Lourenço Cordeiro, sportinguista, no blogue Complexidade e Contradição.

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