junho 24, 2010

Blog # 636

Depois de ter passado três horas em frente à televisão (um recorde pessoal), assistindo às chamadas “telenovelas portuguesas” (outra originalidade), percebi que não havia cinco minutos sem referências a sexo. A mesma coisa nos noticiários da televisão, na publicidade (naturalmente), nos programas juvenis e, até, nas discussões entre políticos. Em breve vamos ter saudades dos tempos em que se falava pouco de sexo. Não porque não se possa mencionar o assunto – mas porque o excesso e a banalização lhe retiram o essencial, o seu picante. Vi também os “materiais” de “educação sexual” que vão ser fornecidos às crianças (que já estão intoxicadas pela televisão e pela net) nas escolas. Em breve devíamos pensar numa espécie de “educação para o pudor”. Um apelo à delicadeza.

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Há livros que passam em silêncio e são preciosidades. ‘Nos Mares da Terra Nova. A Saga dos Bacalhoeiros’, de Anselmo Vieira, reconstitui a faina de um navio que andava no Ártico no final da década de 40. Heroísmo e poesia.

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FRASES

"As escutas servem para investigar o terrorismo e a droga mas não o crime económico e político?" Eduardo Dâmaso, ontem, no CM.

"Se calhar a sociologia é uma treta, como a antropologia e a medicina ocidental." Francisco Curate, no blog Daedalus.

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