junho 15, 2010

Blog # 629

Fernandes Tomás, considerado um dos pais do liberalismo português do século XIX, defendia o voto de braço no ar. A ideia era ver se os eleitores votavam, ou não, em candidatos patriotas ou nos “inimigos do povo”. Silva Carvalho, outro deles, organizou os serviços secretos do vintismo, uma rede de espionagem política, e defendia que, para ir de uma cidade a outra, só com autorização da polícia. Portugal é uma sociedade livre, sem liberais que defendam a liberdade. A ninguém passou pela cabeça que a obrigatoriedade de usar um chip na matrícula do automóvel é um atentado à liberdade e privacidade dos cidadãos. A desculpa derradeira é que “quem não deve, não teme”. Um argumento medíocre num país que tudo facilita ao Estado e que trata os cidadãos como um perigo a vigiar.

***

Helena Marques, revelada com ‘O Último Cais’ (1992), regressa com mais um romance já no próximo mês (a 18 de Julho): ‘O Bazar Alemão’, uma história do final dos anos 30, passada no Funchal, na comunidade judaico-alemã.

***

FRASES

"Sabe, isto é um país de macacos de imitação." Quim Barreiros, ontem, no CM

"A vida pode ser muita coisa, importa é saber o que estamos preparados para receber." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado

Etiquetas: