junho 21, 2010

Blog # 633

Os funerais são, em primeiro lugar, assuntos de família e de amigos. Só depois vêm as multidões. Sobre uma despedida (porque a morte é uma interrupção), deve haver decência e silêncio. José Saramago disse o que disse de Cavaco Silva; não gostava dele e estava no seu direito. Coisas humanas e simples. Cavaco, como Presidente, publicou uma nota correta, essencial e justa. A homenagem dos políticos no funeral de um escritor devia ser uma nota de rodapé. A decência perde-se quando são os políticos a tomar a dianteira. Nada contra. Cada um é como é. E os mortos são como foram. Daqui a uma semana, a poeira volta ao deserto. O que fica de Saramago são os seus livros. O ruído dos políticos em redor desta questão é apenas um insulto à decência que se esperava. O costume.

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É o novo livro de António Pinto Ribeiro, professor, programador, ensaísta: ‘É Março e é Natal em Ouagadougou’ (edição da Cotovia), um livro de viagens. Cem páginas do diário de um observador de grande alcance. Muito bom.

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FRASES

"A ideologia pode cegar-nos para a literatura." Carlos M. Fernandes, no blogue O Insurgente.

"Portugal fez ao contrário, mexeu nos impostos e não cortou na despesa." António Barreto, ontem, no CM.

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