junho 14, 2010

Blog # 628

Muito ruído para nada: os agora descobertos ‘manuscritos inéditos’ de Stieg Larsson, o autor da trilogia Millenium, valem um caracol. O melhor de Larsson, além da vida de jornalista, são os livros que escreveu; os pais recebem direitos de autor e negam-se a conversar com a mulher de Larsson, que se sentava no mesmo sofá mas que nem sabia sobre o que ele estava a escrever, o que é bizarro. Frieza nórdica? Não. Larsson era um solitário. Só um homem solitário e infeliz pode criar os personagens maravilhosos da sua trilogia. Em cada página respira-se essa solidão e o desinteresse que lhe dedicavam. Mesmo os ‘manuscritos inéditos’ eram coisas que a revista ‘Jules Verne’ se tinha recusado a publicar. O desprezo dos outros é uma vantagem – não na vida, só na literatura.

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No final do mês (a 30 de Junho) arrancam em Leiria as comemorações dos dez anos de atividade do espaço de conferências e debate da Livraria Arquivo, que já conta 30 anos de vida. Sem a Arquivo, Leiria era mais pobre.

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FRASES

"Espanha campeã do mundo é tão certo como o agravamento das medidas de austeridade em 2012." Lourenço Cordeiro, no blogue Complexidade e Contradição

"É-me indiferente que as escolas distribuam pénis de esferovite ou vaginas de contraplacado." João Pereira Coutinho, sobre as aulas de Ed. Sexual. Ontem, no CM

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