janeiro 05, 2010

Blog # 517

Não sabemos se Jorge Luis Borges escreveria de maneira diferente caso não tivesse cegado. O que ele teria lido. Como ele teria amado Buenos Aires, onde nasceu e viveu. Como ele teria amado Genebra, onde morreu. A cegueira, que é um dos nossos grandes pavores, foi total em Borges aos cinquenta anos. Em Louis Braille, cujo centenário se assinalou ontem, foi aos três anos – a criação de um alfabeto ou código para cegos constituiu uma das grande aventuras da humanidade e merece ser relembrado como um avanço indiscutível na nossa sensibilidade ao sofrimento dos outros. Braille imaginou o seu código associando-o à linguagem musical, o que já diz muito da beleza desconhecida que ele transporta. Com a obra de Braille ficámos, todos, mais humanos. Mais sensíveis. Visíveis.

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LIVROS DO ANO: a saga de Lizbeth Salander e de Mikael Blomkvist (ou Millennium), criada pelo sueco Stieg Larsson, conquistou milhões de leitores. ‘A Rainha no Palácio das Correntes de Ar’ (Oceanos) é o terceiro volume. Leia todos.

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FRASES

"Em vez de promoverem a excelência e o rigor, as escolas trabalham para as estatísticas." Armando Esteves Pereira, ontem, no CM.

"Não conheço melhor maneira de estar na net: como um diplomata, não como um cruzado." Luís M. Jorge, no blogue Vida Breve.

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