dezembro 02, 2009

Blog # 495

O romance ‘As Benevolentes’, de Jonathan Littel (publicado pela D. Quixote), acaba de ganhar o prémio para “a pior cena de sexo em literatura de ficção”, atribuído pela ‘Literary Review’. O livro foi um caso sério na edição portuguesa do ano passado – mas escrever sobre sexo destrói a honorabilidade de qualquer narrador. Basta uma metáfora fora do lugar. Na literatura portuguesa, por exemplo, devia ser proibido escrever sobre sexo até serem banidas as metáforas e as imagens corriqueiras e poéticas mais usadas. Não temos jeito. Não temos a malandrice brasileira nem o sentido da crueza de outras línguas. Ainda poucos perceberam que a melhor forma de escrever sobre sexo é, justamente, voltar a página e deixar os personagens a fazerem o que têm de fazer, em liberdade.

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Foi um dos livros mais marcantes na minha formação política, ‘A Riqueza e a Pobreza das Nações’, de David Landes. A Gradiva publica agora ‘A Revolução no Tempo’, sobre a forma como os relógios mudaram a nossa vida e a economia.

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FRASES

"Com a morte do Dubai, caiu por terra a religião do dinheiro sem trabalho." Miguel Castelo Branco, no blogue Combustões.

"Entreguem-no ao povo. Tem de ser morto, devia arder em frente ao povo!". Multidão à porta do Tribunal onde foi interrogado Mário Pessoa, que matou a mulher e um militar da GNR. Ontem, no CM.

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