novembro 25, 2009

Blog # 490

Há vários motivos de natureza cultural e religiosa que leva os portugueses a não querer comentar miudezas financeiras em público. Por exemplo, os impostos. Os portugueses pagam-nos e não protestam, como se o Estado merecesse o esforço e o silêncio. Quando alguém quer discutir os impostos é apelidado de miserabilista. É errado. Devemos discutir os impostos até ao cêntimo, para que o Estado (quem mais?), o grande delapidador, não se abotoe com aquilo que não lhe pertence nem prolongue os seus maus hábitos em nosso nome. Esse é um primeiro grande passo para que passemos a desconfiar menos do monstro. Os portugueses precisam de discutir o seu destino. Ora, faço notar, o Banco de Portugal já veio dizer que os impostos podem aumentar. O governo diz que não. Curioso, não é?

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Já se esperava o livro: ‘Caderno de Memórias Coloniais’, de Isabela Figueiredo (edição Angelus Novus) – uma autobiografia sobre a memória de Moçambique. Escrita no fio da navalha, como poucos livros já se escreveram sobre África.

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FRASES

"O contribuinte não tem por onde piar." Hidden Persuader, no blogue Bicho-Carpinteiro.

"Passei a gostar mais de Portugal. É bom ser português, mas em Portugal, não nos EUA." Jorge Teixeira, ilibado da acusação de violação a uma passageira num paquete. Ontem, no CM.

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