Crime e castigo
1. Saber se o castigo a Scolari foi leve ou pesado é um debate inútil. Quatro jogos não me parecem um exagero. Em relação a Ivica Dragutinovic, foi pesado, porque o sérvio devia ter levado outros quatro; em relação aos miúdos punidos recentemente pela FPF, foi levíssimo. O presidente da FPF diz que não se compara o castigo aplicado a Scolari e aquele que impede um miúdo de jogar durante um ano na selecção – porque este rapaz está "em formação". No caso de Scolari, portanto, há misteriosas atenuantes que convém recordar: primeiro, eleja não está "em formação" e permitem-se-lhe falsos murros nos sérvios; depois, parece que agiu em defesa das cores nacionais. Foi uma péssima defesa: nunca vi um sopapo tão ridículo. De resto, há aqui um erro de perspectiva: actuar em defesa das cores nacionais são por a selecção a jogar bem e a ganhar. Ora, mesmo acreditando no apuramento para o Europeu, quero saber quem nos paga o Xanax.
2. Scolari, relembro, não faz nada de novo. Limita-se a reeditar a sua estratégia enquanto treinador do Grémio: cotovelaço, joelhaço, gritaria, comer a relva e ganhar por um, mesmo no limite. Ele nunca saiu de Passo Fundo.
3. A história do futebol faz-se, também, de frases que não se esquecem. Por isso, Mourinho tinha razão quando previu este quadro: o Chelsea despede-o, ele fica milionário e vai treinar outro clube. "That’s business." É ele o único que não chora, porque ó o único vencedor. Em três anos mudou o futebol inglês; trouxe o Chelsea para a cena mundial; melhorou substancialmente as páginas de desporto dos jornais ingleses, que agora lhe fazem justiça; transformou o modo de ver o futebol em Inglaterra; pôs o primeiro-ministro inglês a comentar a sua saída. Abramovich merece uma classificação miserável.
4. OF. C. Porto podia ter obtido uma vitória histórica sobre o Liverpool e ficou-se pelo empate. O Benfica podia ter sido goleado pelo Milão e ficou-se por uma derrota (uma grande oportunidade perdida). O Sporting podia ter empatado com o Manchester e perdeu. O Braga estava confiante por jogar com o Hammerby e, afinal, trouxe uma derrota. O Paços de Ferreira podia ter conseguido um empate e perdeu em casa. O União de Leiria não percebi. Mas o Belenenses podia ter sido cilindrado pelo Bayern de Munique e pô-los em sentido. Foi uma semana de desilusões; tirando o Belenenses, todas negativas.
5. Clóvis Rossi, na "Folha de São Paulo" de quarta-feira passada, chamava a atenção para um facto significativo: há 102 jogadores brasileiros na Liga dos Campeões europeia. Façam as contas: dá para nove equipas.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 22 Setembro 2007
2. Scolari, relembro, não faz nada de novo. Limita-se a reeditar a sua estratégia enquanto treinador do Grémio: cotovelaço, joelhaço, gritaria, comer a relva e ganhar por um, mesmo no limite. Ele nunca saiu de Passo Fundo.
3. A história do futebol faz-se, também, de frases que não se esquecem. Por isso, Mourinho tinha razão quando previu este quadro: o Chelsea despede-o, ele fica milionário e vai treinar outro clube. "That’s business." É ele o único que não chora, porque ó o único vencedor. Em três anos mudou o futebol inglês; trouxe o Chelsea para a cena mundial; melhorou substancialmente as páginas de desporto dos jornais ingleses, que agora lhe fazem justiça; transformou o modo de ver o futebol em Inglaterra; pôs o primeiro-ministro inglês a comentar a sua saída. Abramovich merece uma classificação miserável.
4. OF. C. Porto podia ter obtido uma vitória histórica sobre o Liverpool e ficou-se pelo empate. O Benfica podia ter sido goleado pelo Milão e ficou-se por uma derrota (uma grande oportunidade perdida). O Sporting podia ter empatado com o Manchester e perdeu. O Braga estava confiante por jogar com o Hammerby e, afinal, trouxe uma derrota. O Paços de Ferreira podia ter conseguido um empate e perdeu em casa. O União de Leiria não percebi. Mas o Belenenses podia ter sido cilindrado pelo Bayern de Munique e pô-los em sentido. Foi uma semana de desilusões; tirando o Belenenses, todas negativas.
5. Clóvis Rossi, na "Folha de São Paulo" de quarta-feira passada, chamava a atenção para um facto significativo: há 102 jogadores brasileiros na Liga dos Campeões europeia. Façam as contas: dá para nove equipas.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 22 Setembro 2007
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