O treinador que não gosta de revoluções
1. Jesualdo Ferreira anunciou aquilo que muitos adeptos do F. C. Porto esperavam ouvir há alguns anos: que está a treinar lances com "bola parada" . É um défice natural do F. C. Porto. André Cruz no Sporting, talvez Simão no Benfica e alguns disparos de Doriva - todos lembram golos assim. Deco tinha lances, mas sujeitos a inspiração sobrenatural e, desde aí, raramente o F. C. Porto conseguia chegar à rede do inimigo com um tiro de canhão. Quando vejo um jogo pela televisão e o F. C. Porto beneficia de um livre directo, sei que posso levantar-me e regressar daí a pouco – não virá perigo. O pormenor pode passar por ser apenas um pormenor mas vale muito mais do que isso; vale por Jesualdo, o treinador que não gosta de revoluções nem de sobressaltos. Quem joga assim tem mais hipóteses de conseguir análises certeiras no tabuleiro de xadrez; são os méritos do conservador face ao destrambeIhamento de Co Adriaanse, o do molho holandês.
2. Em redor de Luís Filipe Vieira vive uma equipa que tenta outros lances, mas que se adivinham com mais facilidade – por exemplo, saber se o presidente benfiquista se recandidataria ou não. Claro que ia recandidatar-se; o poder do Benfica vale muito, apesar de tudo. Mesmo assim criou-se a ideia do "tabu", o lance criado por Cavaco Silva em 1995. Mas para alimentar um tabu que valha a pena é preciso mais do que talento; é preciso valer a pena. E a candidatura de Vieira não merece tanto. Vale promessas – que em 2011 o Benfica será um colosso europeu, e que daqui a uns meses (mais uns) haverá mais uns milhares de kits distribuídos; e que a grandeza do Benfica se espalha pelos cinco continentes. Como sempre, o Benfica yale mais do que o seu futebol. É o destino.
3. A guerra dos "tabus" e dos "dossiês anónimos" (ou seja, dos dossiês de onde se retirou uma assinatura) continua a ilustrar a guerra dos pequenos de espírito. Santana Lopes falava de Canal Caveira e prometia provas. O Benfica entregou o seu dossiê e fala de provas. Há teorias da conspiração para todos os gostos, basta haver quem as compre ao preço a que está o pechisbeque: em saldo.
4. Jardel regressou com dois golos no campeonato e esta semana defrontou o F. C. Porto, que o criou verdadeiramente e onde teve direito a tudo - até a um treinador que o teve como o maior goleador do campeonato e que nem assim conseguiu o título.
5. O golo do Paços de Ferreira em Alvalade foi inequivocamente marcado com a mão. Já houve golos contabilizados que nunca entraram na baliza. E golos marcados que foram invalidados. Há quem pense que existe uma injustiça futebolística que faz justiça pelas próprias mãos. Mãos, mesmo.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 23 Setembro 2006
2. Em redor de Luís Filipe Vieira vive uma equipa que tenta outros lances, mas que se adivinham com mais facilidade – por exemplo, saber se o presidente benfiquista se recandidataria ou não. Claro que ia recandidatar-se; o poder do Benfica vale muito, apesar de tudo. Mesmo assim criou-se a ideia do "tabu", o lance criado por Cavaco Silva em 1995. Mas para alimentar um tabu que valha a pena é preciso mais do que talento; é preciso valer a pena. E a candidatura de Vieira não merece tanto. Vale promessas – que em 2011 o Benfica será um colosso europeu, e que daqui a uns meses (mais uns) haverá mais uns milhares de kits distribuídos; e que a grandeza do Benfica se espalha pelos cinco continentes. Como sempre, o Benfica yale mais do que o seu futebol. É o destino.
3. A guerra dos "tabus" e dos "dossiês anónimos" (ou seja, dos dossiês de onde se retirou uma assinatura) continua a ilustrar a guerra dos pequenos de espírito. Santana Lopes falava de Canal Caveira e prometia provas. O Benfica entregou o seu dossiê e fala de provas. Há teorias da conspiração para todos os gostos, basta haver quem as compre ao preço a que está o pechisbeque: em saldo.
4. Jardel regressou com dois golos no campeonato e esta semana defrontou o F. C. Porto, que o criou verdadeiramente e onde teve direito a tudo - até a um treinador que o teve como o maior goleador do campeonato e que nem assim conseguiu o título.
5. O golo do Paços de Ferreira em Alvalade foi inequivocamente marcado com a mão. Já houve golos contabilizados que nunca entraram na baliza. E golos marcados que foram invalidados. Há quem pense que existe uma injustiça futebolística que faz justiça pelas próprias mãos. Mãos, mesmo.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 23 Setembro 2006
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