junho 23, 2011

Blog # 894

Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811) morreu há duzentos anos, cumpridos hoje. Há uns anos, salvo erro, qualquer aluno do ensino secundário sabia de quem se tratava – todas as coletâneas (“seletas”, como então se denominavam) incluíam um célebre soneto (“Chaves na mão, melena desgrenhada”) em que, de dentro de um toucado, surgia um colchão desaparecido (“Eis senão quando [caso nunca visto!]/ Sai-lhe o colchão de dentro do toucado!”) Nós ríamos bastante e tínhamos razões para isso: Nicolau Tolentino era um boémio setecentista com gosto afinado para a sátira e para o exagero. Professor primeiro (de retórica), oficial de secretaria depois, a sua poesia nunca ultrapassou aquele nível de curiosidade risível e clássica. Mas era bom relê-lo para ter algumas surpresas.

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O prof. Hermínio Martins (1934), professor de Oxford e Lisboa, é um dos nomes que deveríamos reter na nossa memória distraída. A Relógio d’Água acaba de publicar ‘Experimentum Humanum. Civilização Tecnológica e Condição Humana’.

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FRASES

"A esquerda é fratricida, fraturante e ciosa da afirmação de intransponíveis linhas vermelhas." Eduardo Cabrita, ontem, no CM.

"Finalmente, uma neokantiana [Assunção Esteves] emerge no meio desta tristeza decadentista." J. Adelino Maltez, no blogue Albergue Espanhol.

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