junho 13, 2011

Blog # 886

Num país pouco liberal e que desconfia quando se lhe mencionam “direitos civis”, António Barreto pediu – no discurso do 10 de junho – que os portugueses sejam “tratados como cidadãos livres” e “não apenas como contribuintes inesgotáveis ou eleitores resignados”. É uma exigência fundamental, mesmo em tempos difíceis e de exceção. Mas isso supõe que a política não seja pensada longe das “pessoas concretas” e das suas dificuldades; e que se abandone grande parte dos preconceitos que impedem as mudanças a fazer – na Constituição, na relação com o trabalho e com o Estado, na avaliação das prioridades. A nossa cultura mostra-nos séculos de hostilização dos cidadãos, chamados nas horas difíceis e depois usados como empecilhos que alimentam o Estado. É isso que tem de mudar.

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Ler Tucídides, Cícero, Demóstenes ou Aristófanes neste verão? Pode acontcer depois de folhear ‘Voltar a Ler os Clássicos’, de Roger-Pol Droit (Temas e Debates) – um passeio pelos autores da antiguidade, sugerindo que estão vivos.

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FRASES

"Uma sociedade livre e pluralista não permite que o poder meta a pata na comunicação social." João Pereira Coutinho, ontem, no CM.

"Não aprecio o meu nariz, mas gosto muito do meu blogue." No blogue Ouriquense.

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