junho 17, 2011

Blog # 890

John Irving dizia que – pelo menos no seu caso, evidentemente – num romance tudo se decidia em dois momentos: no título e nas primeiras, digamos, cinco a dez páginas. Talvez por isso, o arranque de ‘O Estranho Mundo de Garp’ ou de ‘Hotel New Hampshire’ é muito bom e transporte o leitor à “necessidade de continuar a ler”. O processo de José Saramago seria diferente, mas, de qualquer modo, não esquecemos as primeiras linhas de ‘Memorial do Convento’ ou de ‘Ensaio Sobre a Cegueira’. Nos últimos tempos de vida, Saramago escreveu as vinte páginas iniciais de ‘Alabardas, Alabardas! Espingardas, Espingardas!’, um romance – e que serão publicadas no próximo ano, como foi ontem anunciado. Tudo num romance vem da forma como se começa a desenhar o seu futuro. Veremos no próximo ano.

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A Relógio d’Água tem vindo a reeditar alguns clássicos ingleses e russos que teriam toda a vantagem em serem lidos. Acaba de chegar às livrarias ‘Jane Eyre’, de Charlotte Brontë – um pioneiro do feminismo, queiram ou não.

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FRASES

"Se derem mais anos aos gregos para pagar a dívida, a Europa ainda pode ser salva em Atenas. Armando Esteves Pereira, ontem, no CM.

"Há vezes em que de nada adianta o azul do céu e o chilreio dos pássaros." J. Rentes de Carvalho, no blogue Tempo Contado.

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