março 08, 2011

Blog # 817

São uns corpos de branquelas enregeladas, à espera das dietas de Abril e Maio. E uns trejeitos pelintras de quem imagina o sambódromo como uma dependência de um baile de bombeiros. E um frio tremendo a bafejar os “foliões” que vão para a rua ver passar desfiles de maltrapilhos. E uns machões de tule & serpentina mascarados de meretrizes. E umas senhoras a gritar “mamãe eu quero”. E uns carros alegóricos com o nariz de José Sócrates, disfarçados em cima de tratores enlameados. E uma imitação de alegria que a chuva arreda para o meio da tarde. E umas atrizes de novela à espera que tudo acabe para poderem arrecadar o modesto cheque. E neve no alto das serras, transformada em lama nas ruas cá em baixo. O “carnaval lusitano” é um dos nossos pequenos horrores periódicos.

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Já não o lia há muito. A 11/17 acaba de publicá-lo em formato de bolso, maneirinho: ‘Húmus’, de Raul Brandão, um diário sem tempo, circunstância, ou vaidade. Brandão influenciou muitos escritores mas, infelizmente, é pouco lido.

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FRASES

"Há sítios onde só deve haver o wireless do silêncio e da imaginação." Nuno Costa Santos, no blogue Melancómico.

"Os direitos dos trabalhadores são o primeiro sacrifício que Sócrates vai oferecer em Bruxelas." Armando Esteves Pereira, ontem, no CM.

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