Isto sim
Imaginemos que André Villas-Boas entrava em campo, no final de um jogo, para agredir um jogador do Nacional à vista das câmaras de televisão; imaginemos que, uma semana depois, repetia a graça e entrava em campo para empurrar jogadores e equipa técnica do Marítimo, acompanhado do director do futebol do FC Porto. Desenho o cenário: primeiras páginas denunciando o escândalo, sangue na estrada, indignação do departamento de comunicação do Benfica, o dr. Ricardo Costa ressuscitava, multiplicação de imagens do YouTube, umas boas almas pedindo ao treinador para ter juízo — além de declarações de Jorge Jesus (neste caso com sujeito, predicado e complemento directo) mostrando o seu desagrado com a situação, ou do dr. Gomes da Silva pedindo justiça, e da célere, da Bayer.
Lamento informar-vos, mas ao contrário do que murmuram os maledicentes do costume, não foi isto que aconteceu. Eu conto; é esta a versão correcta: com a sua proverbial elegância, Jorge Jesus entrou em campo no final de um jogo com o Nacional para felicitar os jogadores e em especial um deles, que abraçou de forma comovida mas com macheza e consideração. No final do jogo com o Marítimo, o treinador Jorge Jesus (na companhia do director do futebol do Benfica) entrou de novo em campo, distribuindo carolos amigáveis, abraços e apertos de mão aos jogadores e à equipa técnica adversária, saudando-os pela luta proporcionada durante o prélio e cumprimentando este e aquele, oferecendo pastilhas elásticas à sua volta. No decorrer desta operação de charme (transmitida em directo pela televisão) verificou-se também que a entrada no túnel de acesso aos balneários foi o palco de novas manifestações de apreço pela equipa adversária e, pelo movimento dos lábios, pudemos apreciar alguns elogios e simpáticas palavras de conforto aos maritimistas.
Há quem diga que Jorge Jesus, bom anfitrião, exagerou nas suas demonstrações de donaire e cavalheirismo para com equipas madeirenses. Parece, no entanto, que vai estender a prática a outros jogos, com a amigável compreensão da Liga.
in A Bola - 5 Março 2011
Lamento informar-vos, mas ao contrário do que murmuram os maledicentes do costume, não foi isto que aconteceu. Eu conto; é esta a versão correcta: com a sua proverbial elegância, Jorge Jesus entrou em campo no final de um jogo com o Nacional para felicitar os jogadores e em especial um deles, que abraçou de forma comovida mas com macheza e consideração. No final do jogo com o Marítimo, o treinador Jorge Jesus (na companhia do director do futebol do Benfica) entrou de novo em campo, distribuindo carolos amigáveis, abraços e apertos de mão aos jogadores e à equipa técnica adversária, saudando-os pela luta proporcionada durante o prélio e cumprimentando este e aquele, oferecendo pastilhas elásticas à sua volta. No decorrer desta operação de charme (transmitida em directo pela televisão) verificou-se também que a entrada no túnel de acesso aos balneários foi o palco de novas manifestações de apreço pela equipa adversária e, pelo movimento dos lábios, pudemos apreciar alguns elogios e simpáticas palavras de conforto aos maritimistas.
Há quem diga que Jorge Jesus, bom anfitrião, exagerou nas suas demonstrações de donaire e cavalheirismo para com equipas madeirenses. Parece, no entanto, que vai estender a prática a outros jogos, com a amigável compreensão da Liga.
in A Bola - 5 Março 2011
Etiquetas: A Bola
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