dezembro 14, 2009

Blog # 503

O combate à corrupção está na ordem do dia — é uma moda gratificante. Na sexta-feira passada, o deputado Fernando Negrão defendeu a figura jurídica do “pré-crime”, uma coisa que o cinema conhece de ‘Relatório Minoritário’, que a literatura vasculha desde que Orwell escreveu ‘1984’ e que a política conhece de todas as ditaduras. Provavelmente, trata-se de um deslize de linguagem mas a expressão está lá. Trata-se de prevenir, dizem os especialistas. Não é. Trata-se de evitar que o ser humano caia em tentação. Se tirarmos todas as consequências da ideia de “pré-crime”, andaremos todos vigiados e sujeitos a escrutínio permanente dos nossos atos. Começa pela ideia moralista de “quem não deve não teme”, a preferida dos idiotas. Depois, até à paranoia da denúncia, é um passo.

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Anna Klobucka é professora no Massachussets, EUA, e é autora de ‘O Formato Mulher’ (Angelus Novus), em que analisa a emergência da “autoria feminina na poesia portuguesa”. De Florbela Espanca a Adília Lopes, um estudo a reter.

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FRASES

"Gostaria de poder viver longe dos emails e dos Blackberry’s ..." Rachel Weisz, atriz, representa o papel da filósofa Hypatia, no filme ‘Ágora'. Ontem, no CM.

"A bondade, conceito absolutamente desactualizado e potencialmente perverso." Joana Carvalho Dias, no blogue Hole Horror.

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