novembro 02, 2009

Blog # 473

A sua voz não se esquece tão facilmente. António Sérgio acompanhou anos e anos da nossa vida e nunca nos serviu rock embrulhado em plástico ou de imitação. Com alguns dos seus programas (o histórico “Som da Frente”, o “Hora do Lobo”, “Lança-Chamas” ou “O Grande Delta”), António Sérgio marcou a rádio e disciplinou-a: onde ele estivesse estava o rock de que não se desconfiava – e a sua voz planava como uma garantia. No pobre mundo da rádio dominado pelas estrelas do pop, ele via mais longe, perturbando, iluminando o estreito caminho onde as bandas se multiplicavam e as falsificações eram numerosas. Na sua morte, os anjos só não se reúnem numa pista de dança porque não sabem dançar; mas escutam-lhe a playlist e recebem-no com surpresa e uma ligeira vénia. Em nome do rock.

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No final desta semana estará nas livrarias, finalmente, o aguardado ‘Blackpot’, novela inédita de Dennis McShade (mas sem Peter Maynard, o seu personagem patifório), aliás Dinis Machado. Na Assírio & Alvim. Vamos para a fila.

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FRASES

"Nenhum candidato a profeta partidário se preocupou com ideias, mas apenas com poder." João Gonçalves, no blogue Portugal dos Pequeninos.

"Este é um espaço cultural bastante interessante. Vim com a irmã da minha namorada." Diogo Rosa, visitante do Salão Erótico da Lisboa. Ontem, no CM.

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