abril 27, 2009

Blog # 339

Salazar nasceu há 120 anos; assinalam-se amanhã. Sem ele não se pode falar de salazarismo (é a obra mais duradoura do homem que dominou grande parte do nosso século XX); ambos morreram definitivamente porque correspondem a um tempo português que se pode recordar e estudar, não reviver. Portugal mudou radicalmente e é um país irreconhecível por uma ideologia cujos escombros já se desfizeram. Há uns tiques, uns sopros, uns saudosistas – mas, fundamentalmente, o salazarismo é um objecto de museu (em Sta. Comba Dão ou em qualquer outro lugar), destinado a ser visto e estudado como uma parte do que fomos. Não vale a pena soltar os seus demónios nem acrescentar-lhe actualidade. Faz parte de um retrato em que já não nos reconhecemos. É uma velharia para análise de laboratório.

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É um pequeno prodígio de imaginação e de humor: ‘A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao’ (Porto Editora), do dominicano Oscar Wao, obteve o Pulitzer do ano passado – mas não se atermorizem com o prémio: o livro é uma boa surpresa.

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FRASES

"Quotas para mulheres nas listas pode dar a falsa ideia que os homens estão lá por mérito." Gabriel Silva, no blogue Blasfémias.

"Os santos não rendem grande dinheiro e, na maioria dos casos, não justificam o investimento." Benedito Feliz, vendedor de artigos religiosos, ontem no CM.

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