julho 29, 2008

Blog # 147

O presidente do júri do Prémio Camões disse que o grupo de jurados que distinguiu João Ubaldo Ribeiro "decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros". Salvo erro, isto é sacanagem. Em primeiro lugar, contra João Ubaldo, que não merecia ser escolhido só entre 50% dos candidatos; em segundo lugar, contra o Prémio Camões, que mostra a rotatividade luso-brasileira (com migalhas para África) decidida nos gabinetes políticos. Entre nós, já se sabia que um ano tocava a uns, no ano seguinte a outros. Mas admiti-lo assim, se não é hipócrita, constitui uma idiotice que não devia ser permitida. Um prémio como o Camões deveria ser defendido de oscilações temperamentais e ser poupado a jogadas que não o enobrecem. Ou então que passe a ser escolhido nas chancelarias.

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Esquecemos os clássicos, mas não convém. Um deles é 'O Coração das Trevas', de Joseph Conrad (quem não viu 'Apocalypse Now'?), agora em edição da Nova Vega, com prefácio de Isabel Fernandes. Para saber o que é a vertigem.

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FRASES

"É criar uma estrutura que incentive a denúncia da corrupção." J.L. Saldanha Sanches, fiscalista, ontem no CM.

"Quando faço crítica literária, comento literatura, não comento ideologias." Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura.

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