julho 18, 2008

Blog # 140

Há dias, o ministro da Cultura prometeu que iria digitalizar todo o espólio de Jorge de Sena para que fique "ao alcance de todos os portugueses". Há semelhantes propostas em relação ao espólio de Fernando Pessoa, evidentemente. Em breve alguém prometerá a digitalização do espólio de Teixeira de Pascoaes, de Vitorino Nemésio ou de Vergílio Ferreira. A febre digitalizadora promete ser democrática e vital para a cultura portuguesa – mas não é. Na verdade, Sena continua a ser ignorado enquanto autor impresso e Pascoaes, Nemésio ou Vergílio afastados da escola secundária. O 'choque tecnológico' pode disponibilizar os papéis dos escritores, antes apenas acessíveis aos investigadores e estudiosos – mas não providencia nem mais leitores nem mais leitura. É a tentação dos novos-ricos.

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Nunca tinha lido 'O Fim de Lizzie', de Ana Teresa Pereira, nem – tanta incultura – o pequeno 'Sarrasine', de Balzac (tão gabado por Barthes). Estão disponíveis em bolso (Biblioteca de Editores Independentes) por menos de 10 euros.

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FRASES

"Houve uma discussão com uma mulher e, de repente, começou tudo à porrada". Testemunha, depois de um rapaz ter sido esfaqueado pelo namorado da mãe, ontem no CM.

"O amor existe no estado gasoso. É volátil." Teresa Ribeiro, no blogue Corta-Fitas.

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