Obrigado Inácio
1. O espectáculo periódico da época: depois do primeiro F. C. Porto-Benfica, as sequelas da má gramática que antecedeu o jogo. Teremos de nos conformar com esta miséria pequenina. Vejam bem: eu não sou pela paz futebolística, não sou pela "banda da amizade", pelo "fair-play" total - se é futebol tem de haver malandragem, piadas de gosto duvidoso, negaças, ameaças e assobios; e tem de haver maledicência, mau carácter, vaias, manifestações de incomodidade. Mas isso é o futebol, precisamente: querer que os nossos (nós) ganhem; querer que os outros (eles) percam, cá dentro ou lá fora (sim, não me venham com a frase habitual, "somos todos portugueses"). Mas, dívidas saldadas, tomamos o café à mesma mesa, palmadas nas costas, voltamos ao que éramos. Não neste espectáculo deprimente. Estou à espera de um jogo entre as duas equipas em que os autocarros não sejam esperados nas esquinas, em que a imprensa não rejubile com a decadência dos dirigentes, mesmo em que possamos aplaudir a derrota dos outros – mas aplaudindo. Não isto. Isto, sinceramente, mete nojo. Mesmo não sendo moralista, faz impressão. Não é de gente.
2. A jornada europeia serviu para desopilar. O Benfica jogou bem; o F. C. Porto fez um dos melhores jogos da época. Mas a pergunta permanece, chata como o futebol dos dragões na segunda parte do F. C. Porto-Benfica: se eles tomam vitaminas só para 45 minutos, por que razão não escolhem a segunda parte para nos pouparem os nervos? Viram não viram? Por instantes suspeitei que a equipa voltasse ao sistema da boviníssima manada em que tem andado, oferecendo passes ao adversário e chorando pelos cantos, pedindo para o jogo acabar. Destroçar aquele golo de Lucho seria um castigo fatal que ninguém merecia.
3. Por isso, fico com esta suspeita a propósito do F. C. Porto: Bruno Moraes. Será ele? Convinha que fosse para que não se provasse que têm razão os que querem um ponta de lança. Nisto, gosto de perder as apostas.
4. O Braga joga em montanha-russa: ganha ao F. C. Porto, perde com o Marítimo e destroça os polacos. Carvalhal tem que acautelar um plantel ciclotímico. Está aí o Sporting para fazer o teste, depois de Buba lhe ter enfiado um chapéu de três bicos.
5. E olhem para Inácio, a dizer que quer ir ganhar à Luz. Dá gosto ver um treinador falar assim, de alto. Na verdade, estou farto daquele discurso de beato, quando os treinadores falam do "respeito pelo adversário", da "concentração" e do "espírito de grupo", do "trabalho colectivo" e da força anímica e psicológica do plantei". Um bando de mariquinhas, é o que é. O futebol não se fez para ser jogado por senadores ou gente cheia de cerimónias. Obrigado Inácio. Mesmo que percas, Inácio, foi um grande favor que nos fizeste.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 4 Novembro 2006
2. A jornada europeia serviu para desopilar. O Benfica jogou bem; o F. C. Porto fez um dos melhores jogos da época. Mas a pergunta permanece, chata como o futebol dos dragões na segunda parte do F. C. Porto-Benfica: se eles tomam vitaminas só para 45 minutos, por que razão não escolhem a segunda parte para nos pouparem os nervos? Viram não viram? Por instantes suspeitei que a equipa voltasse ao sistema da boviníssima manada em que tem andado, oferecendo passes ao adversário e chorando pelos cantos, pedindo para o jogo acabar. Destroçar aquele golo de Lucho seria um castigo fatal que ninguém merecia.
3. Por isso, fico com esta suspeita a propósito do F. C. Porto: Bruno Moraes. Será ele? Convinha que fosse para que não se provasse que têm razão os que querem um ponta de lança. Nisto, gosto de perder as apostas.
4. O Braga joga em montanha-russa: ganha ao F. C. Porto, perde com o Marítimo e destroça os polacos. Carvalhal tem que acautelar um plantel ciclotímico. Está aí o Sporting para fazer o teste, depois de Buba lhe ter enfiado um chapéu de três bicos.
5. E olhem para Inácio, a dizer que quer ir ganhar à Luz. Dá gosto ver um treinador falar assim, de alto. Na verdade, estou farto daquele discurso de beato, quando os treinadores falam do "respeito pelo adversário", da "concentração" e do "espírito de grupo", do "trabalho colectivo" e da força anímica e psicológica do plantei". Um bando de mariquinhas, é o que é. O futebol não se fez para ser jogado por senadores ou gente cheia de cerimónias. Obrigado Inácio. Mesmo que percas, Inácio, foi um grande favor que nos fizeste.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 4 Novembro 2006
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