Os abraços a Vítor Baía
1. O F. C. Porto está mais sólido do que o Benfica; os seus níveis de confiança são superiores mas – apesar de tudo - não joga muito melhor. Só que o futebol não só não é uma ciência exacta, como depende de circunstâncias que flutuam apenas ao nível do relvado. O Benfica tem a seu favor - apesar de tudo - o nervosismo do F. C. Porto. O F. C. Porto tem a seu favor uma solidez que ainda não estabilizou. Este é um teste quase definitivo ao futebol de Jesualdo Ferreira depois do fraco jogo de Alvalade. Ele sabe. A partir de agora as desculpas não bastam. O "molho holandês" que Adriaanse deixou no Dragão já devia estar mais diluído.
Espero que neste jogo regressem Anderson e a dupla Fucile-Quaresma. E que se repitam os abraços a Vítor Baía. Dizer isto já não é dizer pouco.
2. Luís Filipe Vieira, afinal, vai ao Dragão. Faz bem. “A Bola” de ontem, no seu esforço de engrandecer a alma benfiquista, titulava "Vieira sem medo no Dragão" e "A Bola" sabe do que fala. Vale a pena dizer que Luís Filipe Vieira tinha dito que não ia ao Dragão pelas razões que só ele imagina. Depois, deu-se a reviravolta. Até Gaspar Ramos recomendou a Vieira que fosse ver o jogo. O presidente da AG do F. C. Porto também achou mal que Vieira não fosse ao Dragão logo à noite. Nestas condições, Vieira não tem medo. São coisas de miúdos. Gente sem juízo.
3. O que "a guerra de palavras" antes deste F. C. Porto-Benfica mostrou a todos é um pouco da natureza humana no seu pior: gente sem juízo, sim; mas também sem gramática, sem elegância e sem pudor. Há um tom imbecil nesta bravata repenicada fora dos estádios, nesta lengalenga. Todos os que gostam de futebol têm o direito de manifestar o seu desconforto com esta piroseira.
Pessoalmente, estas acusações deixam-me indiferente, mais pelo burlesco da situação do que pelo seu "contorno extra-futebol". Logo à noite o jogo devia decorrer como acontece com os grandes espectáculos, que constituem, geralmente, lições de civilidade aos selvagens. Ganhe quem ganha desde que haja golos.
4. Ainda a propósito do "molho holandês" que ficou no Dragão: o Inter e a Juventus, entre vários
clubes, estão interessados no brasileiro Diego, que está a brilhar no Werder Bremen, o líder da liga alemã. Quando penso em certas dispensas do F. C. Porto apetece voltar atrás e despedir Adriaanse outra vez. Mas despedi-lo mesmo.
5. Voltemos aos "abraços a Vítor Baía" depois de cada golo marcado: Sabem o que isso significa? Apenas isto – que os clubes precisam de pessoas como Baía, como Jorge Costa, como Pedro Emanuel. Pelo menos o clube de que eu gosto.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 28 Outubro 2006
Espero que neste jogo regressem Anderson e a dupla Fucile-Quaresma. E que se repitam os abraços a Vítor Baía. Dizer isto já não é dizer pouco.
2. Luís Filipe Vieira, afinal, vai ao Dragão. Faz bem. “A Bola” de ontem, no seu esforço de engrandecer a alma benfiquista, titulava "Vieira sem medo no Dragão" e "A Bola" sabe do que fala. Vale a pena dizer que Luís Filipe Vieira tinha dito que não ia ao Dragão pelas razões que só ele imagina. Depois, deu-se a reviravolta. Até Gaspar Ramos recomendou a Vieira que fosse ver o jogo. O presidente da AG do F. C. Porto também achou mal que Vieira não fosse ao Dragão logo à noite. Nestas condições, Vieira não tem medo. São coisas de miúdos. Gente sem juízo.
3. O que "a guerra de palavras" antes deste F. C. Porto-Benfica mostrou a todos é um pouco da natureza humana no seu pior: gente sem juízo, sim; mas também sem gramática, sem elegância e sem pudor. Há um tom imbecil nesta bravata repenicada fora dos estádios, nesta lengalenga. Todos os que gostam de futebol têm o direito de manifestar o seu desconforto com esta piroseira.
Pessoalmente, estas acusações deixam-me indiferente, mais pelo burlesco da situação do que pelo seu "contorno extra-futebol". Logo à noite o jogo devia decorrer como acontece com os grandes espectáculos, que constituem, geralmente, lições de civilidade aos selvagens. Ganhe quem ganha desde que haja golos.
4. Ainda a propósito do "molho holandês" que ficou no Dragão: o Inter e a Juventus, entre vários
clubes, estão interessados no brasileiro Diego, que está a brilhar no Werder Bremen, o líder da liga alemã. Quando penso em certas dispensas do F. C. Porto apetece voltar atrás e despedir Adriaanse outra vez. Mas despedi-lo mesmo.
5. Voltemos aos "abraços a Vítor Baía" depois de cada golo marcado: Sabem o que isso significa? Apenas isto – que os clubes precisam de pessoas como Baía, como Jorge Costa, como Pedro Emanuel. Pelo menos o clube de que eu gosto.
in Topo Norte – Jornal de Notícias – 28 Outubro 2006
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