julho 07, 2006

"99 cervejas + 1 ou Como não morrer de sede no Inferno"


Branca ou preta, leve ou encorpada, a cerveja é um mundo tão diverso como a ONU e quem quiser saboreá-lo dispõe agora de um guia, escrito pelo romancista Francisco José Viegas.

«Dizer que a cerveja é toda igual é um caso de manifesta ignorância e de comprovada má fé. Cada cerveja exige uma circunstancia e cada momento selecciona uma cerveja determinada», afirma o autor de «99 Cervejas+1 ou Como não Morrer de Sede no Inferno».

Em declarações a Agência Lusa, Francisco José Viegas realçou também que «a cerveja está ligada ao mundo do prazer e ao convívio» e ao contrário do que ainda se pensa em Portugal, «não é uma espécie de refrigerante com uma certa percentagem de álcool».

O livro, o primeiro desde que o autor ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da APE (Associação Portuguesa de Escritores), há cerca de um mês, será lançado dia 19 de Julho na Cervejaria Trindade, em Lisboa.

Segundo o autor, trata-se do primeiro guia do género publicado em Portugal, um país tradicionalmente vinícola, e assenta nas crónicas que ele publicou há alguns anos na revista Grande Reportagem.

Francisco José Viegas descreve com minúcia e «muito prazer» o sabor de cem cervejas de mais de vinte países, desde a Argentina ao Japão.

Mais de metade são europeias, nomeadamente de Portugal, Alemanha, Ingla terra, Bélgica e Republica Checa, mas há também marcas do Brasil, Índia, Sri Lanka, Cuba, México, Canadá, Estados Unidos, Israel, Austrália, Cabo Verde e Moçambique. Depois deste guia, Francisco José Viegas está já a preparar uma segunda versão, para lançar em 2007, «com 400 a 500 cervejas», incluindo algumas sem álcool, e que, na sua opinião, «também são muitas boas».

«Isto não tem nada a ver com literatura. Gosto de cerveja e escrever sobre cerveja faz parte do lado festivo da vida que é preciso preservar», disse.

Diário Digital / Lusa - 07.07.2006