Scolari enfureceu-se como um homem a valer
1. O verdadeiro nome de Lubos Michel é Lubos 'Silva' Michel. Digo isto porque, pela primeira vez em muitos anos, não há razão para que os rapazes se queixem das arbitragens. Eles sabem, dir-se-á. Eles, os árbitros. Tirando a falta cometida sobre Figo no Portugal-Irão, uma larga percentagem das restantes - e desde o início do campeonato - não seria assinalada. Pois Lubos Silva Michel é um amigo. Os anteriores também foram. Felizmente.
2. Sobre o jogo de ontem lá foi. Era isso que eu queria dizer desde o princípio: que foi fácil bater um adversário intranquilo e disparatado, e que isso se fez com alguma parcimónia de esforço e de talento (o de Miguel, o de Figo, o de Maniche, até o de Simão). Mas, depois de três vitórias seguidas, alguém teria de dizer a palavra da reconciliação. De uma certa pacificação. Esperava-se isso dos jogadores - que não viessem falar "dos críticos", como meninos atingidos na sua honorabilidade. Mas não resistiram. Não compreenderam, ainda, que ser "estrela" implica uma responsabilidade especial.
3. Scolari diz que tem, de novo, vontade de ser campeão do mundo. Isso é uma subida de degrau, um avanço. Até agora, o gaúcho mostrou que lhe interessava desmentir os seus críticos - ao declarar essa vontade, fez um favor a todos chamou-nos para a selecção pela primeira vez. Insisto: pela primeira vez. De novo: pela primeira vez. Até agora ele estava apenas zangado e ressentido e mostrava má cara. Ontem, enfureceu-se realmente como um homem a valer (viram as imagens na televisão?); mostrou que estava do nosso lado - em relação aos jogadores, ao jogo, ao que estava em jogo. Agora pode ser que leve mais gente. E isso é muito interessante.
4. Calhou-nos a Holanda, uma equipa que está chata. De certa maneira, preferia a Argentina e explico sempre fazíamos um favor aos brasileiros, eliminando a Argentina. Eu, que gosto tanto de Buenos Aires e da Argentina, ajudava a humilhar os brasileiros, eliminando a Argentina (sabem como eles se adoram, não é?). Os rapazes do "escrete" parecem abóboras a jogar - abóboras sem pernas, aliás.
in "Topo Norte", Jornal de Notícias - 22 Junho 2006
2. Sobre o jogo de ontem lá foi. Era isso que eu queria dizer desde o princípio: que foi fácil bater um adversário intranquilo e disparatado, e que isso se fez com alguma parcimónia de esforço e de talento (o de Miguel, o de Figo, o de Maniche, até o de Simão). Mas, depois de três vitórias seguidas, alguém teria de dizer a palavra da reconciliação. De uma certa pacificação. Esperava-se isso dos jogadores - que não viessem falar "dos críticos", como meninos atingidos na sua honorabilidade. Mas não resistiram. Não compreenderam, ainda, que ser "estrela" implica uma responsabilidade especial.
3. Scolari diz que tem, de novo, vontade de ser campeão do mundo. Isso é uma subida de degrau, um avanço. Até agora, o gaúcho mostrou que lhe interessava desmentir os seus críticos - ao declarar essa vontade, fez um favor a todos chamou-nos para a selecção pela primeira vez. Insisto: pela primeira vez. De novo: pela primeira vez. Até agora ele estava apenas zangado e ressentido e mostrava má cara. Ontem, enfureceu-se realmente como um homem a valer (viram as imagens na televisão?); mostrou que estava do nosso lado - em relação aos jogadores, ao jogo, ao que estava em jogo. Agora pode ser que leve mais gente. E isso é muito interessante.
4. Calhou-nos a Holanda, uma equipa que está chata. De certa maneira, preferia a Argentina e explico sempre fazíamos um favor aos brasileiros, eliminando a Argentina. Eu, que gosto tanto de Buenos Aires e da Argentina, ajudava a humilhar os brasileiros, eliminando a Argentina (sabem como eles se adoram, não é?). Os rapazes do "escrete" parecem abóboras a jogar - abóboras sem pernas, aliás.
in "Topo Norte", Jornal de Notícias - 22 Junho 2006
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