junho 10, 2011

Blog # 885

Carlos Reis, coordenador dos programas do ensino básico, acha que “talvez devesse ser dado a Camões um outro realce, não apenas quantitativa mas também qualitativamente”. Tem razão. O problema é que Portugal tem um problema com Camões – e não é literário, como devia ser (porque é um génio de dimensão universal. É, em vez disso, de natureza política. Desde o século XIX que Camões é sinónimo de patriotismo. Primeiro, pela mão dos republicanos; depois, pela do Estado Novo; depois, alternadamente, ora pela “esquerda cívica”, ora pela “direita das escolas”. De fora fica Camões como um génio a ler, reler e comentar. Hoje, Dia de Camões de das Comunidades, apetecia sugerir a leitura do autor de ‘Os Lusíadas’ – um soneto que fosse, uma redondilha. Hão-de ver que é deslumbrante.

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É uma cronista de eleição. O primeiro livro foi ‘Há Raposas no Parque’ (Quid Novi, de 2009); agora, sai ‘O Inverno das Raposas’ (Orfeu) – Clara Macedo Cabral é, por excelência e talento, a cronista portuguesa de Londres. Muito bom.

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FRASES

"Quão multiformes podem ser as variantes do lamento ‘o povo não sabe o que é melhor para ele’." Alexandre Andrade, no blogue Um Blog Sobre Kleist

"Esperamos que esta prova não sirva de modelo para o próximo ano." Miguel Abreu, da Soc. Port. de Matemática, sobre o teste do Ensino Básico. Ontem, no CM.

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