Cautela e juízo
Factos que entram nos arquivos da estatística geral: o FC Porto terminou o ano sem derrotas nas últimas três dezenas de jogos; termina o ano com uma distância aceitável para o segundo classificado do campeonato nacional; termina o ano sem derrotas nas competições europeias. Se pensam que há aqui excesso de optimismo, é um erro – existem cautela, moderação, parcimónia e juízo. Ao contrário dos “clubes maioritários”, o FC Porto não teve os favores da imprensa que, em Agosto, já tinha escolhido o campeão da pré-época, o campeão de Inverno e, naturalmente, o campeão definitivo – como é habitual. A primeira surpresa foi André Villas-Boas, o “treinador júnior”, como o classificavam depreciativamente os que davam como garantido um ciclo em que o FC Porto, depois de quatro vitórias consecutivas e indiscutíveis (de Jesualdo Ferreira, com seis títulos no total), mergulharia na penumbra. André Villas-Boas não apenas mostrou que estava preparado para o desafio como, pela sua postura, esclareceu que os ataques ao FC Porto (tantas vezes inábeis e demasiado grosseiros) não ficariam sem resposta. Segunda surpresa: uma equipa lutadora onde quatro ou cinco nomes assumem um papel de destaque em qualquer avaliação. Terceira surpresa: o ressentimento diante de um clube e de uma equipa que apenas jogou futebol e que jogou o melhor futebol dos últimos cinco meses.
Cautela, moderação, parcimónia e juízo – precisamente, porque vêm aí, e só agora, os grandes desafios: uma segunda volta mais desesperada, competições europeias na sua fase derradeira, e o ataque concertado dos que transformaram o futebol português num território insuportável de guerrilha e sandice, convencidos de que se pode ganhar sem jogar, invocando glórias passadas (há muito tempo, de resto). Há, por isso, fragilidades a contornar e deslizes a corrigir. São tarefas necessárias e inevitáveis para enfrentar os ataques de que o FC Porto será alvo em várias frentes. Primeira regra: não menorizar nem subestimar o adversário.
in A Bola - 01 Janeiro 2011
Cautela, moderação, parcimónia e juízo – precisamente, porque vêm aí, e só agora, os grandes desafios: uma segunda volta mais desesperada, competições europeias na sua fase derradeira, e o ataque concertado dos que transformaram o futebol português num território insuportável de guerrilha e sandice, convencidos de que se pode ganhar sem jogar, invocando glórias passadas (há muito tempo, de resto). Há, por isso, fragilidades a contornar e deslizes a corrigir. São tarefas necessárias e inevitáveis para enfrentar os ataques de que o FC Porto será alvo em várias frentes. Primeira regra: não menorizar nem subestimar o adversário.
in A Bola - 01 Janeiro 2011
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