dezembro 29, 2010

Blog # 768

Parece que, “nesta quadra”, os portugueses gastaram tanto dinheiro como no ano passado. A récita desses números (os do consumo natalício) faz parte do retrato de uma família de novos-ricos que não sabem que são novos-pobres. O consumo estapafúrdio é um hábito incivilizado, pouco inteligente, alimentado pelo desejo de ostentação ou – então – pela fuga à penúria. Não é muito contraditório. O novo-riquismo imoderado revela as sombras de uma sociedade em crise, insatisfeita, perdulária e injusta, que desconhece coisas essenciais: contentar-se com pouco, poupar para viagens futuras, contemplar o crepúsculo ou o amanhecer, ler um livro, jantar em casa com amigos, colecionar plantas. Hábitos. Monotonias. Simplicidade. Talvez um dia os portugueses possam ser felizes de novo.

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Knut Hamsun (1859-1952) é um mago da Noruega, prémio Nobel, autor de ‘Pan’, ‘Mistérios’ ou ‘A Fome’. A Cavalo de Ferro, num gesto heroico e sublime, continua a publicá-lo. Em 2011 vai ser a vez de ‘Victoria’, a não perder.

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FRASES

"Uma deusa em reabilitação, em conflito com a lei, e perseguida por paparazzi." Charles Casillo, argumentista de um filme sobre a actriz Lindsay Lohan.

"Os verdadeiros e únicos amores são os impossíveis." João Gomes de Almeida, no blogue Estado Sentido.

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