outubro 21, 2010

Blog # 721

Há vários países em Portugal. Um deles imagina que os cortes orçamentais não devem chegar à cultura, que está uns milímetros acima do mundo, elevando-se sobre o comum dos cidadãos, uns brutos – a Plataforma das Artes, aliás, ‘exige’ que não se reduzam “os apoios” porque isso “é o fim”. Outro dos países vive no interior do Estado e faz promessas fantásticas que, a prazo, resolveriam todos os problemas. Não resolvem. Veja-se o célebre ‘cheque-obra’, que se traduziria em doações de 1% do valores de concursos públicos ganhos pelas empresas e aplicados na recuperação de património. Um ano depois não há um único projeto e o tema desapareceu nos ‘Assuntos Fiscais’. Depois do fim do ‘Estado Social’, esta gente decreta o fim do ‘Estado Cultural’. Nada lhes pode ir parar às mãos.

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Para quem não esqueceu (nem pode) a sua voz na rádio: João Paulo Guerra lançou ontem o seu novo livro em Lisboa – leva o título ‘Romance de uma Conspiração’ (Oficina do Livro). É um romance. E João Paulo Guerra merece ser lido.

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FRASES

"Se a Tobis deixar de existir, o cinema acaba em Portugal." Pedro Efe, um dos realizadores do documentário ‘Tóbis Portuguesa’, ontem, no CM.

"Nos serviços qualquer labrego imprestável dá secas sobre a performance, o ROI e a excelência." Luís M. Jorge, no blogue Vida Breve.

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