outubro 12, 2010

Blog # 714

Joan Sutherland (1926-2010), ‘La Stupenda’, a grande soprano australiana, morreu ontem. De alguma maneira, coube-lhe recuperar algumas das grandes ‘óperas italianas’ para o século XX, mas a sua voz (recordo-a como D. Anna em ‘D. Giovanni’, ou Lucia em ‘Lucia di Lammermoor’) brilhava para lá da fixação num estilo ou numa herança do ‘bel canto’. Tenho uma memória infiel das suas interpretações, mas guardo a voz em discos que relembram a magia das primeiras óperas ou das primeiras peças líricas escutadas na minha adolescência, que não viveu só de rock (longe disso) e pretendia alguma elevação. Uma voz como a de Sutherland aproximava-se disso – de uma dependência do sublime, que tantas vezes falta à vida e só se encontra numa partitura a que alguém empresta génio e timbre.

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O novo livro de Gonçalo M. Tavares, ‘Uma Viagem à Índia’ (Caminho) vai, no mínimo, surpreender. Leva o subtítulo ‘Melancolia Contemporânea’, está em verso e dividido por ‘cantos’. Leva prefácio de Eduardo Lourenço e sai em outubro.

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FRASES

"Onde houver um tirano que morda os EUA, a extrema-esquerda lambe-lhe os pés." Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado.

"Não faço música cínica. Tento fazer sempre boa música em cada disco." Lloyd Cole, ontem, no CM.

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