Regimes
O plantel não precisa de emagrecer muito. Precisa é de engordar...» A frase não é minha, lamento – mas do presidente do FC Porto, que ontem «apresentou» mais um livro de Fernando Póvoas. O problema dos regimes alimentares é que se trata, quase sempre, de substituir uns alimentos por outros, consoante os objectivos em causa – emagrecer ou engordar. A «pirâmide alimentar» continua a mesma, mas é no seu uso correcto que está o segredo.
Tratemos, pois, de substituir com determinação – e com método. Mais proteína e menos hidrato de carbono, pode ser uma solução para o problema do FC Porto. E mais fibra. E mais imaginação (um dietista deve fazer-se acompanhar por um chef exigente e imaginativo). E, se me permitem, mais entusiasmo. Mais qualidade – um chef pode «executar» um determinado regime alimentar mas é fundamental que os produtos usados sejam de boa qualidade. De resto, como o próprio Póvoas escreveu, «a dieta ideal não existe». Ainda que se esperem resultados satisfatórios e se usem estas metáforas alimentares.
Tal como uma cozinha não é um laboratório farmacêutico, também um balneário não é uma linha de montagem; o FC Porto precisa de jogadores de qualidade que se possam mover no tabuleiro de jogo, interpretando um papel, sim, mas acrescentando-lhe vibração, brilho, talento. Quaresma tinha vibração a mais e disciplina a menos, mas era insubstituível na disciplina táctica de Jeusaldo (para lhe acrescentar um desequilíbrio criativo, tão útil ao FC Porto como desprezado pelos que o invejavam), servido de um organizador e distribuidor de grande talento, como Lucho, e de um marcador como Licha. Nenhum deles está no FC Porto e só Radamel Falcao pode lembrar um dos vértices desse triângulo, já que Ruben ainda aprende as primeiras variações dessa partitura e Belluschi depende da meteorologia.
É inegável que a SAD do FC Porto fez grandes e úteis negócios. Mas para alimentar essa dimensão empresarial é necessário mais. Uma boa imagem, de resto, não se faz apenas com dieta alimentar: cavalheirismo, equilíbrio emocional e alegria também contam, e muito.
in A Bola - 17 Abril 2010
Tratemos, pois, de substituir com determinação – e com método. Mais proteína e menos hidrato de carbono, pode ser uma solução para o problema do FC Porto. E mais fibra. E mais imaginação (um dietista deve fazer-se acompanhar por um chef exigente e imaginativo). E, se me permitem, mais entusiasmo. Mais qualidade – um chef pode «executar» um determinado regime alimentar mas é fundamental que os produtos usados sejam de boa qualidade. De resto, como o próprio Póvoas escreveu, «a dieta ideal não existe». Ainda que se esperem resultados satisfatórios e se usem estas metáforas alimentares.
Tal como uma cozinha não é um laboratório farmacêutico, também um balneário não é uma linha de montagem; o FC Porto precisa de jogadores de qualidade que se possam mover no tabuleiro de jogo, interpretando um papel, sim, mas acrescentando-lhe vibração, brilho, talento. Quaresma tinha vibração a mais e disciplina a menos, mas era insubstituível na disciplina táctica de Jeusaldo (para lhe acrescentar um desequilíbrio criativo, tão útil ao FC Porto como desprezado pelos que o invejavam), servido de um organizador e distribuidor de grande talento, como Lucho, e de um marcador como Licha. Nenhum deles está no FC Porto e só Radamel Falcao pode lembrar um dos vértices desse triângulo, já que Ruben ainda aprende as primeiras variações dessa partitura e Belluschi depende da meteorologia.
É inegável que a SAD do FC Porto fez grandes e úteis negócios. Mas para alimentar essa dimensão empresarial é necessário mais. Uma boa imagem, de resto, não se faz apenas com dieta alimentar: cavalheirismo, equilíbrio emocional e alegria também contam, e muito.
in A Bola - 17 Abril 2010
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