abril 09, 2010

Blog # 583

No ano passado, 16 crianças foram devolvidas às instituições do Estado pelos seus pais adotivos. Há várias razões para isso e é preciso dizer que o reconhecimento da incapacidade de educar um filho, adotivo ou não, é um ato de coragem. De qualquer modo, em princípio, antes de brincarem às famílias, os casais deviam ser portadores de uma “licença de uso e porte de criança” – e saber que a educação de um filho não está para graças. Sabe-se como é cada vez mais difícil, numa sociedade imbecilizada e superficial, dominada pelo princípio absoluto do prazer e pela abundância de sexo, suportar a responsabilidade daquilo que agora se chama ‘parentalidade’. Há cerca de 13.000 crianças em situação de acolhimento pelo Estado. Este número devia fazer-nos pensar. Mas não faz.

***

Muito mais do que romance histórico: ‘Wolf Hall’, de Hilary Mantel (Civilização), que estou a ler, é uma espantosa crónica humana do século XVI inglês e uma lição sobre a agonia de Henrique VIII e o aparecimento de Cromwell.

***

FRASES

"... implementar um modelo de acolhimento, que visa a desinstitucionalização das crianças." Idália Moniz, Sec. Estado da Reabilitação, em português moderno. Ontem, no CM.

"Há muita gente a gostar mais de livros do que de ler." Maradona, no blogue A Causa Foi Modificada.

Etiquetas: