março 29, 2010

Blog # 574

Hoje confinados ao extremo ocidental, é natural que recordemos as “partes do Império”. Há autores que vão escrevendo sobre as suas (ou dos outros) memórias de Angola e Moçambique, por exemplo. O timorense Luís Cardoso trouxe-nos a sua ‘visão ultramarina’. Cabo Verde tem a sua literatura há muito, e os portugueses não têm memórias coloniais do arquipélago. Raquel Ochoa, em ‘A Casa-Comboio’ (Gradiva), recria a presença dos portugueses na Índia (Nagar-Aveli, Diu, Damão, Goa) durante 450 anos, através de uma história familiar e comovente. Para primeiro romance, é muito bom – e convinha que os seus leitores se dessem conta de que têm nas mãos um documento excecional que recupera para a nossa literatura um mapa que, desde o salazarismo, tem sido ignorado e maltratado. Muito bom.

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Do grupo dos Gato Fedorento conhecíamos o talento para a escrita de Ricardo Araújo Pereira. O livro de Zé Diogo Quintela, ‘Falar É Fácil’ (Tinta da China) revela, aos mais distraídos, um extraordinário cronista a não perder.

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FRASES

"Passos Coelho não se limitou a espantar as aves. Enfiou-as na gaiola para os próximos tempos." João Pereira Coutinho, ontem, no CM.

"O PSD «dotou-se» de Passos Coelho. Estava no catálogo da fábrica de primeiros-ministros." José Medeiros Ferreira, no blogue Córtex Frontal.

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