abril 17, 2009

Blog # 333

Lembram-se de quando nos diziam que os cidadãos não tinham legitimidade para referendar os tratados, porque estes eram ‘muito complexos’? Agora, o primeiro-ministro acha que as eleições europeias devem servir para “falar da Europa” e não daquilo que os cidadãos ou os políticos entendem. Está enganado: falar da Europa não é falar da Europa. O que é, para os europeus, a Europa? Será tudo, menos a geringonça palavrosa de Bruxelas e dos seus burocratas e especialistas – tudo gente necessária ao debate mas dispensável para a conservação da espécie. O que conta para cada europeu é o seu território, a sua casa, a escola dos seus filhos, a sua memória, os jardins da sua cidade, a facilidade ou a dificuldade de viver. Isso é a Europa. Dizer o que se pode ou não falar não é europeu.

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Para fanáticos de Peter Carey, o autor de ‘Oscar e Lucinda’, sai em Maio o novo romance ‘Roubo, Uma História de Amor’ (Dom Quixote), viagem com cenários deliciosos divididos entre a Austrália, o Japão e Nova Iorque. Aguardem.

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FRASES

"Estado gasta menos se apoiar empresas do que se deixar os trabalhadores no desemprego." Luís Garra, União de Sindicatos de Castelo Branco, ontem, no CM.

"Falar da contracção do PIB tem um suplemento sexy. A economia tem sensualidades escondidas." No blogue A Natureza do Mal, de Luís Januário.

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