outubro 08, 2008

Blog # 198

Realizou-se um congresso na Gulbenkian – sobre a obra de Eduardo Lourenço. As televisões aproveitaram e tentaram transformar Lourenço num ícone pop, coisa que não incomoda ninguém, nem incomoda o próprio. Antes fazer isso com o autor de 'O Esplendor do Caos' do que com um bando de patetas cuja utilidade fica sempre por demonstrar. Lourenço ensinou Portugal a pensar para lá do imediato; aos 85 anos as suas perguntas são práticas, justas e preocupantes. Na verdade, é o nosso maior pensador; um homem de esquerda que se situa muito para lá dos estilhaços da esquerda caseira; um homem da literatura que interroga o sentido que a vida tem. E, no fundo, será sempre um estrangeiro dentro de casa, da nossa e sua casa. A sua voz não se perde no meio do ruído. Não é fácil ser como ele.

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Sai em Novembro 'Como o Soldado Repara o Gramofone', de Sasa Stanisic – um romance fascinante escrito por um jovem sérvio que não tem medo da morte e que recorda a guerra como um ruído de fundo. Tem sido best-seller por toda a Europa.

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FRASES

"O Estado não deixará de fazer tudo aquilo que deve." José Sócrates, ontem no CM.

"Hoje o capitalismo morreu e o Benfica empatou com o Leixões. Maldito Benfica." Rodrigo Moita de Deus, no blogue 31 da Armada.

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