agosto 13, 2008

Blog # 158

As imagens da televisão repetem-se e há sempre a tentação de reagir pelo lado mais comovido, diante da dor causada pela guerra, na Geórgia como no Líbano ou em África. Infelizmente, a memória não é um bem activo na contabilidade dos desastres em curso, e as "lições do passado" têm servido de pouco. Se alguém lesse um manual de história saberia que nenhum Czar, nenhum Estaline ou nenhum Vladimir Putin ficaria de braços cruzados diante do poder da "revolução rosa" de Tbilissi. Daí o reconhecimento, por parte da UE, de que a Rússia tem o direito de defender os seus interesses. Esta doutrina é rígida – e há-de servir para mostrar-nos que a geoestratégia não é tolerante com as ousadias. Ontem, da Hungria ou da Checoslováquia. Hoje, da Geórgia. Amanhã, de outro país qualquer.

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Em tempo de Jogos Olímpicos na China, está aí o romance 'Servir o Povo', de Yan Lianke (Teorema) – ou de como a Revolução Cultural e a ditadura chinesas se podem explicar de outra maneira: através de uma história de amor escandalosa.

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FRASES

"Há pistolas que chegam a ser vendidas já depois de utilizadas em crimes.! Fonte da PJ, ontem no CM.

"Há bem pouco tempo não havia crime que não fosse um alegado crime." Helena Matos, no blogue Blasfémias.

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