janeiro 28, 2008

Blog # 16

A estreia mundial da ópera de Emanuel Nunes foi transmitida em directo para vários pontos do País, que não se comoveu com o acontecimento – parece que, em S. Carlos, metade do público saiu a meio. Mil pessoas no total, digamos. Não o escrevo com alegria nem ressentimento; simplesmente, não se esperava mais. Seria magnífico que o público comparecesse em peso a um acontecimento destes – mas acontece que o público, a quase totalidade do público, não tem formação musical. Enche estádios para ouvir rock mas não sabe trautear uma ária nem reconhece os acordes de uma peça de Bach. Nas escolas ajuda-se à festa, com a naturalidade imbecil da indigência, que tanto valoriza uma peça de rap como um concerto de Mozart, e diz que é o mesmo. Não é. Sim, falta música ao País; faltam ouvidos educados, cultura musical, interesse e hábitos de ouvir música. Seria bom que, nas escolas, o ruído fosse de vez em quando substituído por acordes, música, elevação. É um longo caminho.

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Há razões para estarmos preocupados. Qualquer miúdo de 13 ou 14 anos copia parágrafos inteiros da internet e apresenta-os na escola que, manietada, valoriza “a intenção” (e ignora “a substância”). Como ele, um milhão. O plágio escolar patrocinado pelas “novas tecnologias” está a levar ao desastre e ao crescendo da ignorância.

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FRASES

"Não se diz que não ao apelo de um rei." Paulo Teixeira Pinto, ontem, no CM

"Fico muito contente por ver um político a provocar protestos, revoltas e escândalo." Maradona, no blogue A Causa foi Modificada

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